Aumento da intensidade e da frequência de eventos extremos, assim como aumento da precipitação intensa, estão nas projeções do IPCC
O aumento da intensidade e da frequência de eventos extremos são apontados como consequências da mudança do clima, que é provocada pela ação humana pela emissão de gases de efeito estufa (GEE). As projeções mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) também apontam enchentes compostas e precipitações intensas causadas por múltiplas condições climáticas, atribuídas à influência humana.
Na avaliação do físico e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, o trágico episódio de chuvas torrenciais concentradas sobre o Rio Grande do Sul nos últimos dias pode ser considerado a materialização do aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos previstos pelo IPCC. “Não há dúvida que esse aumento de enchentes, essas chuvas muito torrenciais, são definitivamente associadas com as mudanças climáticas e a aceleração dessas mudanças no nosso planeta inteiro”, afirma o cientista, que é um dos mais expoentes pesquisadores brasileiros sobre o tema. “O aumento da intensidade e da frequência de eventos climáticos extremos está ocorrendo no mundo todo. Não é somente no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, com essa onda de calor que já dura duas semanas completamente atípica para o mês de abril e maio. Chuvas torrenciais – têm sido registradas – em vários locais do planeta”, complementa Artaxo.
De acordo com recentes estudos de atribuição do World Weather Attribution, que são elaborados por uma rede internacional de cientistas, a mudança do clima foi o principal fator que potencializou a ocorrência de eventos extremos de chuvas. Entre os episódios analisados neste ano estão as ocorrências em Omã e Emirados Árabes Unidos, Filipinas e Irlanda. No extremo oposto, a mudança do clima também foi o principal fator da seca histórica na Amazônia em 2023, que atingiu nível excepcional.
Leia na íntegra: MCTI