Iniciativa preocupa-se com a segurança e a prevenção de possíveis vazamentos de dados
Um projeto inovador desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PGCIN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) permite o armazenado de dados médicos de forma segura e com baixo custo para instituições da área da saúde. O programa PROV-Health, idealizado pelo pesquisador Márcio José Sembay em sua tese de doutorado, consiste em um método com estratégias computacionais adaptáveis, que permitem a formação de um repositório destinado a armazenar diferentes tipos de dados passíveis de gerenciamento para análise, distribuição e geração de relatórios médicos.
O programa contou com a contribuição do Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT) da Rede Catarinense de Telemedicina (RCTM) para acesso aos dados de hospitais em estudo de caso e está sendo aprimorado e estendido para outras fontes de trabalho, como a Teledermatologia, dentro do próprio ambiente.
De acordo com Sembay, além de diminuir o gasto com armazenamento, a iniciativa preocupa-se com a segurança e a prevenção de possíveis vazamentos de dados. “Este projeto teve o intuito de desenvolver um método que possibilitasse armazenar dados de proveniência em saúde de forma segura e com baixos custos ou quase nenhum custo para o STT/RCTM, dinamizando o processo de segurança e auditoria dos dados de saúde para o contexto. Isso possibilita compreender o fluxo informacional e a proveniência dos dados coletados de diferentes fontes, oportunizando tomadas de decisão estratégicas”, afirma o pesquisador.
Considerado um projeto piloto no país, o PROV-Health tem como principal vantagem a adaptabilidade para qualquer sistema de informação em saúde. Conforme explica Sembay, essa interoperabilidade contribui para a garantia de uma troca eficaz e eficiente de dados de saúde e para a definição de fontes confiáveis. O aplicativo permite executar a captura, coleta, preparação, organização, controle e armazenamento de dados, possibilitando a visualização, consulta e análise dessas informações de forma descentralizada em distintos sistemas.
O pesquisador destaca ainda que o Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT) foi o cenário ideal para que o programa fosse testado. “Três dos maiores hospitais de Santa Catarina, que enviam seus dados para o STT/RCTM, serviram de estudo para os experimentos coletados pelo PROV-Health. Foram coletados 210.970 dados para o estudo, no qual houve uma análise criteriosa para que esses dados fossem filtrados e gerenciados para a transformação de relatórios para tomadas de decisão gerencial para o STT/RCTM”, descreve Sembay.
Sob orientação do professor Douglas Dyllon Jeronimo de Macedo, da Pós em Ciência da Informação, o PROV-Health foi registrado por Sembay e Alexandre Augusto Gimenes Marques Filho, egresso do mestrado no PGCIN. O professor Douglas e Alexandre, que é analista de sistemas do STT, intermediaram o acesso aos dados nas diferentes redes mediante a autorização da direção da plataforma.
O PROV-Health foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sob o número BR 51 2023 001481 8, expedido em 6 de junho de 2023. Todo o processo foi conduzido pelo Departamento de Inovação (Sinova) da UFSC, onde foram analisados os documentos da pesquisa do PROV-Health com a finalidade de patenteamento. Segundo Sembay, o ineditismo do programa foi confirmado após estudos desenvolvidos durante o doutorado, sendo que uma revisão sistemática de literatura foi realizada nesse período e nenhum produto similar foi encontrado.
Fonte: Notícias da UFSC