Gilson Marques (NOVO)

Este deputado é a favor dos cortes.

A redução do salário dos servidores públicos é uma medida necessária diante do cenário de calamidade pública em que o Brasil se encontra. Esta é a maior crise pela qual o país já passou e toda a sociedade pagará um preço caro por ela, e os servidores públicos também devem dar sua parcela de contribuição. São diversos os fatores que tornam necessária esta medida drástica.

Em primeiro lugar temos a brutal queda de arrecadação. Ao contrário de outras crises em que havia apenas uma redução da atividade econômica, desta vez temos uma verdadeira paralisação quase que por completo de dois setores da economia: comércio e serviços. São bilhões de reais que essas empresas deixam de faturar diariamente, o que implica na queda de recolhimento de impostos. Ou seja, simplesmente não haverá dinheiro em caixa para a manutenção do mesmo nível de pagamentos.


O isolamento ainda deixa mais de 20 milhões de brasileiros que trabalham de maneira informal sem condições de exercerem suas atividades, levando a renda de muitas famílias a quase zero. Caso o governo federal não faça nada para auxiliar os mais necessitados, em pouco tempo viveremos uma verdadeira crise humanitária com pessoas morrendo de fome. Pesquisa realizada pelo Data Favela mostra que em 2 semanas de isolamento 55% dos moradores de áreas periféricas ficarão sem dinheiro para alimentação. Caso o isolamento total seja expandido para 1 mês, esse percentual chega a 86%.


Além disso, o governo federal tem implementado medidas como a postergação do vencimento de tributos para que as empresas possam ter fôlego de caixa e evitar as demissões em massa. Isso significa menos dinheiro em caixa para honrar os compromissos. No entanto, não tomar nenhuma medida significa ainda mais demissões e redução de renda para milhões de pessoas. Adicionalmente, há a necessidade de se ampliar gastos com saúde, uma vez que os recursos existentes são insuficientes para fazer frente às demandas que se apresentam com o recrudescimento da pandemia de coronavírus (COVID-19) no Brasil. Caso não haja mais investimentos e gastos em saúde, haverá aumento drástico no número de mortos. Já vimos em países como a Itália e a Espanha a que ponto pode chegar essa catástrofe.


Mostrar que o setor público também está empenhado nesta causa é fundamental, necessário e prova de comprometimento com o dever cívico. É imperioso, portanto, que todos possam dar a sua contribuição, reduzindo a despesa corrente e utilizando esses recursos públicos nas ações de saúde, primordiais para dar suporte na contenção das possíveis consequências desta crise com danos ainda desconhecidos, mas que certamente trará graves abalos econômicos e sociais.


É nos momentos de crise que as pessoas demonstram os valores e sentimentos que as unem como sociedade e como nação. Não podemos, também, perder a visão de longo prazo e imaginar que pessoas sem trabalho e entrando na miséria não impactarão nossas vidas. É necessário agir e ter coragem de enfrentar medidas duras no presente para que possamos ultrapassar as barreiras que se apresentam e perseverar no futuro.

Após enviar sua resposta, Gilson Marques foi questionado por um filiado da Apufsc sobre o impacto dos cortes de salários no caixa do governo e por que ele não defendia a taxação de grandes fortunas. A resposta do deputado:

A medida proporcionará economia de 13,7 bilhões de reais.

Nos países onde tentaram impor taxações pesadas a milionários e bilionários esses logo saíram do país. Por terem muitos recursos, essas pessoas têm facilidade em migrar para países que cobram menos impostos. Assim, é melhor tê-los aqui no Brasil empregando gente, consumindo e pagando impostos, do que fazê-los sair do país.