Universidade enviou ofício à Capes em que repudia a Portaria 34 e exige sua revogação, bem como devolução das bolsas retiradas
O corte de 637 bolsas da Capes nos programas de pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) gerou indignação e apreensão no meio acadêmico. O reitor da UFSC, Ubaldo Balthazar, e a pró-reitora de Pós-Graduação (PROPG), Cristiane Derani, assinaram manifestação contra os cortes de bolsas juntamente com representantes de programas e centros de ensino e da Secretaria Regional da SBPC em Santa Catarina.
A nova medida, publicada em 18 de março por meio da Portaria nº 34/2020, que alterou os critérios de distribuição definidos no Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP), aumenta as perdas: são 25% de bolsas a menos para a UFSC – a diminuição prevista anteriormente era de 10%.
A Capes mantém dois tipos de programas de bolsas: o Programa de Excelência (ProEx, que visa manter o padrão de qualidade dos programas de pós-graduação com nota 6 ou 7) e o Programa de Demanda Social (DS, que objetiva apoiar discentes de programas de pós-graduação stricto sensu por meio da concessão de bolsas de estudo).
No início de 2019, a UFSC dispunha 1.040 bolsas Capes-ProEx e 1.469 bolsas Capes-DS (2.509 no total). Com os cortes, a UFSC terá 1.872 bolsas (1.024 Capes-DS e 848 Capes-ProEx).
Segundo a manifestação da UFSC, “Os efeitos desses cortes ultrapassam a realidade imediata de cada um desses estudantes, que perderão as condições mínimas para garantir sua formação pós-graduada. Tais efeitos ainda se projetam para um horizonte futuro que põe em risco todo o investimento que a sociedade brasileira fez no sistema de pesquisa e de pós-graduação nas últimas décadas”.
No Ofício encaminhado à Capes o reitor e a pró-reitora de Pós Graduação manifestam-se repudiando a Portaria nº 34/2020 e exigindo sua revogação, com a devolução das cotas de bolsas retiradas. “Em todas as áreas de conhecimento, um corte dessa monta impacta negativamente o desenvolvimento do país, a vida e o bem-estar da população, pois impede a formação de profissionais de alto nível para atuar na sociedade”, escrevem.
Leia na íntegra: Notícias UFSC