Apesar de ser um país de maioria negra, pretos e pardos são cerca de 40% do funcionalismo público e não têm avançado mesmo com reserva de vagas, mostra O Globo
O mito da democracia racial, que pairou sobre a sociedade brasileira por décadas, tem sido questionado nos últimos anos diante de contradições visíveis como a falta de correspondência entre a proporção de 56% de negros (pretos e pardos) autodeclarados na população brasileira, segundo o IBGE, e o espaço que ocupam no mercado de trabalho.
Nos últimos anos, esse tema atravessou o setor privado, com a diversidade nas empresas empurrada pelo escrutínio da sociedade. No entanto, esse também é um desafio do setor público, onde o concurso se apresenta como um instrumento de democratização do acesso a posições cada vez mais cobiçadas pela remuneração acima da média e a estabilidade, mas não elimina a desigualdade racial.
Ainda que concursos públicos tenham sido o veículo de ascensão social de muitos profissionais negros — contornando obstáculos como o viés racista das indicações e entrevistas de admissão do setor privado —, os dados mais recentes mostram que a sub-representação negra também está no funcionalismo.
No Executivo federal, por exemplo, quase 40% eram pretos e pardos no ano passado, segundo os dados mais atualizados do Ipea, mas o funcionalismo é mais negro na base e mais branco no topo, onde estão os salários mais altos. A situação não é muito diferente em estados e municípios, a não ser pela falta de dados precisos sobre o perfil étnico dos servidores públicos no país.
Leia na íntegra: O Globo