Comunicado do órgão dizia que pesquisadores de universidades com atividades presenciais suspensas deveriam voltar
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) voltou atrás e anunciou que não irá cortar bolsas dos estudantes que estão no exterior e, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, optarem por não antecipar a volta ao Brasil.
Um comunicado divulgado na quarta-feira (18) gerou apreensão entre bolsistas que neste momento realizam suas pesquisas em instituições estrangeiras. Muitos dizem que um retorno agora traria enormes prejuízos ao seu trabalho.
Publicado pelo órgão em sua página na internet, o texto “Covid-19: informações para bolsistas da Capes no exterior” informava que os beneficiários que estão em universidades cujas atividades acadêmicas estejam acontecendo apenas no modo online devem voltar ao Brasil e realizar as atividades remotamente.
“Caso as fronteiras do país ainda estejam abertas e o bolsista opte por permanecer no exterior, a bolsa será suspensa até a comprovação da normalização das atividades na instituição”, dizia ainda o comunidado.
A reportagem também teve acesso a uma conversa entre um bolsista e um técnico da Capes pelo Whatsapp. Nela, o funcionário do órgão diz que não faz sentido os bolsistas ficarem no exterior, isolados dos centros universitários, forçados a trabalhar em casa. “Existe a possibilidade de suspendermos imediatamente as bolsas de quem insistir em permanecer no exterior nesse cenário”, complementa.
Na quinta-feira (19), após a publicação da reportagem, a Capes procurou a Folha para esclarecer que “os bolsistas que desejarem continuar seus estudos onde se encontram continuarão a receber normalmente o auxílio, mesmo que a instituição de ensino não esteja em funcionamento e independentemente da fronteira do país estar aberta ou fechada”.
Também na manhã de quinta-feira, após a publicação da reportagem, a Capes atualizou em seu site a página “Capes orienta bolsistas sobre pandemia de Covid-19”. A nova versão já não traz as orientações anteriores.
Questionada sobre a mudança de posição, a Capes disse que as informações divulgadas no primeiro comunicado “não estavam bem claras”.