Corte pode afetar pesquisadores em instituições com aulas presenciais suspensas e que não voltarem ao país
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou nesta quarta-feira (18) que pode cortar bolsas de estudantes brasileiros que estão em universidades no exterior e optarem por não antecipar a volta ao Brasil devido à pandemia do novo coronavírus.
Em comunicado divulgado em sua página na internet, o órgão subordinado ao MEC (Ministério da Educação) anunciou que os pesquisadores que estão em instituições que tiveram as aulas presenciais suspensas devem retornar ao país e realizar as atividades remotamente.
Para aqueles que estão em países que mantém abertas suas fronteiras e decidirem não seguir a determinação, o “roteiro de orientações” divulgado aos estudantes diz que “a bolsa será suspensa até a comprovação da normalização das atividades”. A Capes entende que não faz sentido os bolsistas permanecerem exterior se estiverem isolados dos centros universitários, trabalhando em casa.
A medida desagradou a muitos estudantes que reclamam de possíveis prejuízos às suas pesquisas. Uma doutoranda da Universidade de São Paulo (USP), que atualmente está na Universidade Nacional Autônoma do México e prefere não se identificar, diz que a volta agora seria desastrosa para sua pesquisa, que depende muito mais do trabalho de campo do que das aulas presenciais. Sem o dinheiro da bolsa, no entanto, ela não teria como se sustentar na Cidade do México.
Apesar da Capes ter anunciado que os benefícios serão retomados assim que a situação se normalizar, muitos pesquisadores temem voltar ao Brasil e ficar sem recursos aqui, já que há atrasos na reativação das bolsas pagas no país.
Também na quarta-feira (18), a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciou que todos os estudantes que estão no exterior com bolsa da agência poderão antecipar a volta ao Brasil. Muitos pesquisadores, no entanto, seguem em dúvida.
Leia na íntegra: Folha