Andreas Schleicher, da OCDE, afirma que exames do futuro medirão a forma como os estudantes aprendem, a motivação e a habilidade de colaborar para encontrar soluções
Pedir ajuda para o vizinho de carteira durante a prova ou mesmo para um robô de inteligência artificial não será mais motivo de punição em um futuro próximo. Isso porque os novos exames medirão justamente como o aluno colabora com os colegas para encontrar soluções, busca informações, faz perguntas – e a sua motivação para realizar isso tudo. Sistemas de avaliação internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), já começam a incluir a tecnologia para analisar bem mais do que apenas respostas certas.
“As provas não são mais sobre se os alunos acertaram ou erraram a pergunta e, sim, sobre como abordam um problema, se eles estabelecem uma meta, quais são suas estratégias, sua motivação”, disse o diretor de Educação e Habilidades da OCDE e um dos criadores do Pisa, Andreas Schleicher, em evento em Campinas, da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave). Segundo ele, a tecnologia pode monitorar o movimento do mouse, do teclado, a voz, o olhar e os movimentos faciais dos estudantes para rastrear a forma como eles respondem às questões.
A novidade vai estar no Pisa de 2025, que terá um novo conceito: Learning in the Digital World (aprendendo no mundo digital). A prova vai avaliar como os estudantes aprendem e não apenas o que eles sabem, usando a tecnologia. Será a primeira vez, desde que o exame foi criado no início dos anos 2000, que os resultados vão incluir comparações entre os países dos processos de aprendizagem dos alunos, incluindo medidas de motivação e regulação emocional.
Leia na íntegra: Estadão