Comitiva se encontrou nesta quinta-feira, dia 21, com o Papa Francisco, no Vaticano
A vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, está participando da comitiva que se encontrou nesta quinta-feira, dia 21, com o Papa Francisco, no Vaticano. Ela foi uma das leitoras de um documento, elaborado na véspera por um grupo de trabalho, que aborda o tema “Crise Social: Degradação Social, Iniquidade e Debilidade da Reação”.
A missão foi organizada pelo Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB), do qual a UFSC faz parte, e pela Red de Universidades para el Cuidado de la Casa Común. Participaram 37 reitoras e reitores brasileiros e 200 de toda América Latina e Caribe.
Antes do encontro com o Papa, denominado “Organizando a Esperança”, os integrantes da missão acadêmica reuniram-se na sede do Instituto Patristico Augustinianum, em Roma. Eles se dividiram em grupos de trabalho para refletir e elaborar propostas a respeito dos quatro grandes temas da encíclica papal Laudato Si (GT 1: Crisis ambiental: cambio climático, agua y biodiversidad; GT 2: Crisis económica: tecnología y tecnocracia; GT 3: Crisis social: degradación social, inequidad, debilidad de la reacción e GT 4: Crisis cultural: desempleo y migración).
Delegação brasileira no Encontro Organizando a Esperança, em Roma (Foto: Divulgação)
A vice-reitora participou do GT 3 e colaborou para elaboração de um documento que ressalta a degradação das condições de vida nas últimas décadas, tanto em aspectos ambientais como sociais, gerando cultura do descarte, migrações forçadas e aumento das desigualdades. Na América Latina, a iniquidade se manifesta na falta de acesso aos bens básicos, afetando principalmente mulheres, povos originários, pessoas afrodescendentes e pessoas com capacidades diferentes. O grupo também se dedicou a definir qual é o papel das universidades no enfrentamento destas questões.
Na avaliação da vice-reitora da UFSC, o encontro entre representantes de universidades da América Latina e Caribe e a autoridade religiosa é um emblema da necessidade de manutenção de diálogo e defesa dos princípios humanitários acima de todas as divergências. “Se queremos superar a desigualdade, a fome, a ganância que transfere a riqueza produzida por tantos a tão poucos, temos que unir todas as pessoas do mundo que entendem que a solidariedade, o amor e o conhecimento são os instrumentos adequados com essa finalidade”, afirma a professora Joana.
A vice-reitora presenteou o Papa com a biografia de Antonieta de Barros, de Jeruse Romão, simbolizando não somente as lutas do povo negro e mulheres, mas dos povos originários e pessoas com deficiência pelo direito a ter direitos. “Antonieta ocupou lugares pouco possíveis para negros nos anos 1930 em SC: professora, escritora, jornalista e deputada estadual”.
Fonte: Notícias UFSC