Por Nestor Roqueiro
A assembleia de quinta-feira (12) parecia acontecer em tempos passados deste pais. As poucas falas, a diferencia de outras épocas, trouxeram pautas diversas, algumas históricas, outras locais, sem perceber, aparentemente que os tempos mudaram. Que uma pauta de reivindicações extensa não é adequada para tratar com um interlocutor que não quer falar, que não quer negociar, e que joga o jogo das frentes múltiplas de ataque, para nos desorientar.
Se continuarmos a resistir à miríade de ataques, respondendo a cada um, estaremos jogando o jogo deles e em desvantagem, pois o poder dos sindicatos está quase extinto. Não temos fôlego para um pauta ampla, precisamos nos concentrar em poucos tópicos. Eu diria que precisamos nos concentrar em um único tópico, pois se perdermos essa luta estamos fritos.
A diretoria colocou muito claramente o que está acontecendo com o orçamento e em particular com o que diz respeito às universidades públicas federais. A explanação foi clara e precisa, o dinheiro garantido dá para pagar salários até outubro, e as reformas em curso no Congresso visam mudanças no regime de trabalho, diminuindo o salário com diminuição de horas trabalhadas e, eventualmente dispensa se a grana não for suficiente. Esta é a batalha a travar agora, em todas as frentes, uma pauta única com todos seguindo esta pauta sem divergências e sem dispersões. Precisamos de foco. E o foco é o salário. E a hora é agora, não quando for cortado.
Sindicato que não luta pelo salário não serve para nada.
Professor do DAS/CTC