Criação de consórcio dá início a uma nova era para os estudos afro-latino-americanos

Consórcio Universitário para Estudos Afro-Latino-Americanos foi anunciado em dezembro de 2022

A criação do Consórcio Universitário para Estudos Afro-Latino-Americanos, anunciada em dezembro de 2022, deve transformar os estudos da história e da cultura dos povos afrodescendentes na América Latina e no Caribe. Nesta entrevista publicada pelo Nexo, realizada pelo Harvard Gazette, o diretor do Consórcio, Alejandro de la Fuente, também diretor fundador do Afro-Latin American Research Institute no Hutchins Center da Universidade de Harvard, fala sobre a nova iniciativa e sua abordagem inovadora.

Você pode nos explicar por quais motivos o Consórcio Universitário para Estudos Afro-Latino-Americanos é importante?
O que torna o consórcio único é que, pela primeira vez, universidades da América Latina e dos Estados Unidos, que vêm trabalhando em questões de raça e estratificação racial na América Latina há muitos anos, estão unindo forças para promover o desenvolvimento da área dos estudos afro-latino-americanos, algo que nunca foi feito antes.

Alejandro de la Fuente (Foto: Melissa Blackall/Divulgação)

O Consórcio, como um conceito, basicamente derruba as barreiras que normalmente separam a academia do Norte Global e do Sul Global. O Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Pittsburgh e o Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanas de Harvard representam o Norte Global, e o Afro-Cebrap, Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial (Brasil), o Centro de Estudos Afrodiaspóricos da Universidade Icesi (Colômbia), o Grupo de Estudos Afro-Latino-Americanos da Universidade de Buenos Aires (Argentina), e Afrodescendentes e Diversidade Cultural, InahH/Unam (México) representam o Sul Global. Todos eles agora buscarão em conjunto o desenvolvimento do campo dos estudos afro-latino-americanos, ou seja, buscarão centrar a experiência afro-diaspórica na história e nas culturas da América Latina. Mas me permita enfatizar: nós não criamos este campo de pesquisa. As pessoas estavam produzindo conhecimento e excelentes estudos sobre a experiência negra na América Latina, mas, não tinham espaços onde pudessem se reunir e compartilhar resultados com outros acadêmicos, praticantes, ativistas, etc. O que eu e meus colegas descobrimos desde que criamos o Afro-Latin American Research Institute, dentro do Hutchins Center em Harvard, em 2013, é que estávamos dando um lar acadêmico para algo que já existia.

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