Estudantes devem ser estimuladas para entender que “ciências exatas são também espaço das mulheres”, defende ministra Esther Dweck

Ela participou de almoço virtual organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participou nesta segunda-feira, dia 6, do almoço virtual com o tema “Mulheres e Meninas: poder e ciência na refundação do Brasil”, organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que contou também com a presença das ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação).

“Assim como a luta antirracista, a luta de mudança no quadro de participação das mulheres também é de todos”, afirmou a ministra no evento. Dweck relembrou o emocionante depoimento da baiana Isamara Mendes Silva na cerimônia de retomada do programa Bolsa Família na última quinta-feira, dia 2. Ela formou-se em Ciências Biológicas com auxílio de bolsas de iniciação científica, cursou mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, também com bolsas. “O objetivo das políticas públicas é conseguir que jovens como ela sigam na carreira que quiserem. As mulheres devem fazer o que querem. Devem ser estimuladas e entenderem que as ciências exatas são também espaço das mulheres”, ressaltou Dweck.

Ministra Esther Dweck participou de evento virtual promovido pela SBPC nesta segunda-feira (Foto: MGI/Divulgação)

A ministra fundamentou a disparidade atual nas universidades e no mercado de trabalho com estatísticas. Ela pontuou que, entre os alunos de Engenharia, aproximadamente 36% são mulheres, percentual que é maior entre os que concluem o curso, mas que cai para em torno de apenas 15% de mulheres no mercado de trabalho na mesma área. Nas ciências econômicas, área em que Dweck é professora, o quadro é semelhante.

Ela reforçou ainda a importância de dar voz às mulheres nos espaços acadêmicos: “como professora, o que eu comecei a colocar em prática foi o ‘acesso à fala’. Em uma turma de ambiente masculino, as mulheres vão se sentir mais intimidadas para falar, vão se sentir de alguma forma preteridas. Então, temos que conseguir tornar aquele ambiente um local onde elas consigam se expressar, falar. Entender que aquele ambiente é delas também”.

Dweck relembrou também o recente aumento no valor e na quantidade de bolsas de pós-graduação: “que a gente não tenha apenas filhos da elite na pós-graduação, que conseguem se manter mesmo com valores muito baixos. O pós-graduando já é um trabalhador. Ele está adiando a entrada no mercado de trabalho para se tornar um cientista. Temos que ter bolsas que permitam isso, para as mulheres – homens também – e para que a gente consiga estimular a carreira científica”.

A ministra finalizou sua participação destacando a importância de todo um conjunto de políticas públicas para as mulheres: “desde o acesso às bolsas à própria ampliação do ensino público superior, para que possamos ter cada vez mais mulheres nas ciências e mais cientistas em geral neste país para fortalecer a ciência como algo inegociável”, concluiu.

Fonte: MGI