Nas áreas de tecnologia e inovação, as mulheres são apenas uma em cada cinco profissionais
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu nesta terça-feira, dia 28, maior participação das mulheres em ambientes de pesquisa, durante evento realizado em Brasília pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas). Em sua fala, a ministra lembrou dados que mostram a disparidade no acesso, na permanência e na ascensão das mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas.
Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as mulheres representam um terço de todos os pesquisadores no mundo e apenas 12% delas são membros de academias científicas nacionais. Nas áreas de tecnologia e inovação, as mulheres são apenas uma em cada cinco profissionais.
“É um país desigual. As mulheres são mais da metade da população do Brasil, mas apenas 19,3% do total de profissionais de engenharia”, disse a ministra. “Quero reafirmar aqui meu compromisso com a construção e a implementação de políticas públicas que assegurem a participação de meninas e mulheres nos ambientes de pesquisa, de produção de conhecimento e desenvolvimento tecnológico.”
Nesse sentido, a ministra citou algumas ações já em curso do MCTI, como o programa Futuras Cientistas, do Cetene, e o Mulheres na Ciência, do CNPq, e anunciou a futura iniciativa “Pesquise como uma mulher”, que busca fortalecer os instrumentos que disponíveis e avançar na construção e implementação de mecanismos de democratização e garantia da participação feminina nos ambientes de pesquisa e desenvolvimento.
“Ao perder talentos femininos, o país perde também a diversidade de olhares que enriquece a sua produção científica, comprometendo a excelência da pesquisa científica. Não é só uma questão de igualdade de gênero, mas de excelência”, afirmou.
O presidente do Confea, Joel Krüger, destacou o Programa Mulher, implantado no sistema Confea/Crea, que busca ampliar a participação feminina de forma protagonista em todas as esferas do sistema e entidades de classe. “Estamos dando mais um passo para fortalecer o programa e ampliar essa discussão. A presença da ministra, engenheira, engrandece essa iniciativa. Queremos incentivar a participação da mulher no sistema e no mercado de trabalho.”