Com as gratificações, auxiliares do ministro ganham acima do teto constitucional
Com salário de R$ 30,9 mil por mês, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebe mais de R$ 8 mil mensais em auxílios. A soma se dá pelos R$ 7.733 como auxílio-moradia, teto permitido por lei, R$ 458 de auxílio-alimentação, além das passagens para ir de Brasília ao Rio de Janeiro — onde tem morada fixa — com verba vinda dos cofres públicos. As informações são da Folha de S. Paulo.
Até julho, Guedes recebia também diárias (R$ 7.501 ao todo) para dar expediente na cidade onde mora, incluindo em datas sem compromisso na agenda. Entre as 60 viagens bancadas com dinheiro público no ano passado, 38 aconteceram a partir de quinta-feira, tendo como destino o Rio.
Supersalários de servidores da Economia
Um grupo de servidores da pasta de Economia ganhou quase R$ 1 milhão com gratificações em 2019, aponta reportagem do UOL. A verba extra, chamada jeston, são somadas aos salários. Por essa razão, a maioria deles recebeu um montante acima do teto constitucional, em torno de R$ 39 mil atualmente. Os chamados supersalários chegaram a R$ 54 mil por mês.
O contracheque do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, por exemplo, foi de R$ 54 mil brutos em dezembro passado e de R$ 46 mil em outubro. Em média, os jetons turbinaram em 29% os holerites dos servidores, muitos dos quais no entorno do ministro Paulo Guedes.
Guedes na contramão do discurso
Os benefícios recebidos pelo ministro da Economia e seus assessores vão na direção oposta do discurso pregado em defesa do corte de gastos públicos. Na semana passado, Paulo Guedes chamou de “parasitas” os funcionários públicos. “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo.”
O projeto de reforma administrativa será enviada ao Congresso Nacional na próxima semana. A proposta prevê uma redução do salário inicial do servidor para R$5 mil, fim da estabilidade, redução de carreiras e avaliações de desempenho.
Leia na íntegra: Folha/Congresso em Foco