Em matéria publicada pelo Estadão, professor da Universidade de Brasília detalha o impacto do Enem no ensino superior do país
Um estudo sobre o impacto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na expansão do ensino superior no Brasil – em especial da oferta de vagas em universidades públicas – e vencedor de dois prêmios Capes, iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), em 2022, mostrou que a inclusão de pessoas de rendas mais baixas nas últimas décadas de fato se deu de maneira significativa com e por conta do exame, mas evidenciou que ainda há desafios em relação à redução da desigualdade.
A pesquisa mostrou que a ampliação observada nos últimos 30 anos democratizou o acesso à universidade, principalmente por meio da oferta de vagas, do número de matrículas e de programas inclusivos. No entanto, não equiparou a proporção de jovens entre 18 e 24 anos com menor e maior renda que ingressaram e se mantiveram nos cursos de graduação. Enquanto a faixa dos mais ricos que cursam o ensino superior passou de 75% para 40% do total de alunos, a faixa dos mais pobres não ultrapassou os 15% – posição na qual se mantém estagnada desde 2015.
O exame foi criado em 1998 como um método de avaliação do nível de capacidade e conhecimentos dos estudantes ao fim do ensino médio e, com o passar do tempo, se transformou no maior processo seletivo para entrada no ensino superior do país. Junto ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criado em 2010, ele unificou os processos seletivos das universidades federais e teve adesão também para algumas estaduais, facilitando a disputa por vagas e possibilitando que os candidatos pudessem analisar de maneira mais objetiva o leque de opções disponíveis e qual a nota necessária para ingressar em cada curso.
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