Declaração do ministro repercutiu mal até entre parlamentares que apoiam Bolsonaro
A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que os servidores públicos são como “parasitas” do Orçamento, repercutiu mal entre parlamentares e atraiu críticas públicas até de políticos que apoiam o governo. A fala de Guedes foi feita na sexta-feira (7), em palestra no Rio de Janeiro.
O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) foi ao Twitter dizer que ele e seu partido são “favoráveis à reforma administrativa, mas o ministro Paulo Guedes não pode chamar todos os servidores públicos de ‘parasitas'”. “Não é por aí”, advertiu o parlamentar. “Há bons e maus em todo lugar, até mesmo na equipe do Guedes. Ou ele acha que está tudo indo muito bem, obrigado?”.
Outro parlamentar apoiador das pautas do governo, o senador Major Olimpio (PSL-SP) disse que o ministro “quer matar a vaca para acabar com o carrapato” e ressaltou que “parasita é uma expressão ingrata e irresponsável para se referir àqueles que na ponta da linha prestam serviços para a população”.
O líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO), divulgou uma nota contra a declaração de Guedes. “Ministro, respeito aos funcionários públicos. Respeite aqueles abnegados e abnegadas que diariamente lutam e se esforçam para superar os cortes orçamentários, a falta de equipamentos, a escassez de material, a desorganização do estado e o patrimonialismo”
Já a oposição subiu o tom nas críticas a Guedes. Talíria Petrone (PSOL-RJ) perguntou a seus seguidores se seria adequado chamar o ministro de “verme”. Correligionário de Talíria, Ivan Valente (SP) disse que Guedes “sempre foi banqueiro, símbolo maior dos que vivem da agiotagem legalizada que suga metade do Orçamento da União”, em referência ao custo da dívida interna.