Estudantes, professores e especialistas defendem que a reorganização do ministério é essencial para que o governo articule a recuperação da aprendizagem, destaca a Folha
Com o fim da gestão de Jair Bolsonaro (PL), o novo governo brasileiro vai precisar reestruturar o Ministério da Educação (MEC) para poder dar início à principal tarefa da área nos próximos anos: conseguir com que alunos recuperem o aprendizado perdido devido à pandemia de Covid-19.
O fortalecimento da pasta é o primeiro passo para salvar essa geração de crianças e jovens afetadas pela crise sanitária, afirmaram estudantes, educadores e especialistas em políticas educacionais consultados pela Folha.
“Ficamos sem o MEC nos últimos quatro anos, no papel de um agente preocupado com o aprendizado, em apoiar Estados e municípios nessa tarefa, em desenvolver políticas nacionais”, diz Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.
O desmonte não é só orçamentário, ressalta Priscila Cruz, presidente da ONG Todos Pela Educação e integrante do grupo técnico da educação da equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O MEC sofreu corte de 96% na linha orçamentária em 2022 da educação infantil, de 95% para a manutenção e o desenvolvimento de ensino. Nos últimos quatro anos, perdeu R$ 20 bilhões”, aponta. “Esse é o aspecto mais visível, mas o outro, menos debatido, é o desmonte da gestão.”
Professora de português em uma escola estadual de Lagarto (SE), Cleciane Alves diz que sentiu no “chão da escola” a ausência do ministério. “É preciso haver a retomada do MEC, com políticas públicas para a recuperação da aprendizagem”, afirma.
Presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz pede a reconstrução urgente do Inep, órgão responsável pelo Enem —que teve em 2022 o seu menor número de inscritos.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo