Para Ricardo Fonseca, debate sobre auxílios de permanência deve ser reforçado; diretor da Ação Cidadania diz que tema tem pouca atenção
O relato de universitários que dizem não ter o que comer é um novo capítulo do drama de um país no qual há crianças que têm na merenda escolar a única refeição do dia.
Em um cenário de aumento da fome, do desemprego e da alta da inflação, especialmente a de alimentos, o repasse do governo federal para a alimentação de estudantes de escolas públicas está congelado desde 2017 – para cada aluno da pré-escola o valor é de apenas R$ 0,53, e para os do fundamental, ainda menor, R$ 0,36.
O diretor da Ação Cidadania, Kiko Afonso, foi a Brasília para acompanhar o grupo de transição de Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Lula e disse que os debates não haviam tocado na questão específica da fome nas universidades. “É realmente um recorte importante e que ainda tem pouca atenção da sociedade”, afirmou ele, acrescentando que levaria o tema para discussão.
“A fome ajuda a explicar a evasão nas universidades, assim como o trancamento de cursos e o desinteresse pelo Enem [o número de inscritos de 2022 é o menor em 17 anos]”, diz Ricardo Marcelo Fonseca, presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal do Paraná. “São jovens que param de estudar porque precisam trabalhar para comer.”
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo