Aprovação automática em diversas redes para compensar ano de 2020 sem aulas impacta na nota, assim como abstenção alta de prova realizada ainda com parte das escolas fechadas
O Ministério da Educação divulga, nesta sexta-feira, dia 16, os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021.
Essa é a principal política de avaliação do ensino básico no país, cuja série histórica foi iniciada em 2005 e a primeira medição pós-pandemia. Neste ano, no entanto, especialistas de educação apontam que os dados foram prejudicados pela pandemia.
Isso porque os índices de aprovação, compilados pelo Censo Escolar, refletiram orientação do Conselho Nacional de Educação (CNE), que sugeriu às redes a aprovação de seus alunos mesmo com problemas de aprendizagem numa estratégia em que os anos de 2020 e 2021 se tornaram um só. Assim, os estados e municípios que adotaram essa medida aprovaram todos os alunos em 2020 para garantir que, no ano seguinte, eles recuperarem o que não foi aprendido.
No entanto, isso gerou uma distorção na taxa de aprovação, que, em 2020, foi recorde apesar de ter sido o ano com os maiores desafios educacionais do século, com escolas fechadas por conta da pandemia. E essa subida no índice de aprovação aumenta o Ideb artificialmente, alertam especialistas da área.
“Neste caso, uma dita “melhora” do Ideb não reflete um aumento da aprendizagem, mas alterações dos dados de aprovação que decorrem de uma decisão tomada pelas redes de ensino em relação aos critérios de progressão. Teremos nesse caso mais alunos avançando pelas séries, sem que aprendam o que deveriam”, aponta o Instituto Unibanco, em nota técnica divulgada nesta quinta-feira.
Leia na íntegra: O Globo