Orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia passou de 9 bilhões de reais em 2018 para menos de 3 bilhões em 2021, afirma a Piauí
O ano de 2022 é chave para a ciência brasileira, e as eleições de outubro serão cruciais para definir os rumos desse combalido setor da vida nacional. Diante do contexto de permanente crise orçamentária e política, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançou em junho o documento A importância da ciência como política de Estado para o desenvolvimento do Brasil. Nele, elencamos aos candidatos, principalmente aos que se apresentarão à corrida presidencial, uma lista de prioridades para a evolução da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Fazem parte desse rol, notadamente, a correção das políticas de financiamento para CT&I, bem como ações primordiais nas áreas de educação e de desenvolvimento econômico e social sustentável. Temas como esses estão nos centros dos debates da reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), grande parceira da Academia Brasileira de Ciências. O evento acontece esta semana em Brasília.
Este ano também pode ser considerado um marco importante para a temática da sustentabilidade: 2022 é praticamente o meio do caminho entre 2015 e 2030, a década e meia que as Nações Unidas se deram como prazo para cumprir os dezessete Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estes se desdobram em 169 metas em áreas tão diversas quanto complementares: a erradicação da fome, a proteção da diversidade genética da fauna e da flora mundiais, a correção de distorções nos mercados agrícolas, educação de qualidade, saúde e bem-estar, redução das desigualdades, igualdade de gênero, entre outros. Como explicitamos no documento aos presidenciáveis, a Academia Brasileira de Ciências considera os ODS como uma aperfeiçoada e atualizada “Declaração dos Direitos do Homem”, porque propõem uma integração entre as pessoas, o planeta e a prosperidade – uma visão de sociedade do futuro, da qual o Brasil vem participando ativamente, desde os primórdios da questão ambiental.
Fomos, de fato, uma nação protagonista das negociações que levaram ao entendimento de que meio ambiente e desenvolvimento são indissociáveis. Tivemos papel de destaque na Conferência de Estocolmo, em 1972, na qual se delineou pela primeira vez o conceito de ecodesenvolvimento – ideia que deu origem à noção central de desenvolvimento sustentável, popularizada vinte anos mais tarde, na Eco-92, no Rio de Janeiro. Desde então, a ciência brasileira tem contribuído para o papel de liderança mundial do Brasil em temas como a diversificação da agropecuária e a bioeconomia baseada na diversidade.
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