Sindicato faz aniversário nesta sexta-feira, dia 24, em um ano marcado por eleições, mobilizações por reajuste e por direitos
Nesta sexta-feira, dia 24 de junho, a Apufsc-Sindical completa 47 anos. Neste momento, o sindicato reforça seu papel histórico na defesa dos direitos da categoria, da universidade pública e gratuita, da autonomia universitária e da democracia.
Foram muitos colegas que estiveram à frente dessas lutas, as várias diretorias e conselheiros/as do Conselho de Representantes (CR), mas principalmente os filiados e filiadas que, no dia a dia, reconheceram e participaram das lutas e fortaleceram o sindicato. A todos e todas, o agradecimento e reconhecimento da atual diretoria.
No primeiro semestre de 2022, a Apufsc participou ativamente das eleições para a Reitoria da UFSC, como membro da Comissão Eleitoral das Entidades Representativas da UFSC (Comeleufsc), promovendo debates e a consulta pública informal com a comunidade acadêmica.
Em mais um ano de cortes no orçamento das universidades, a Apufsc se posicionou, ao lado de organizações de todo o país, contra o desmonte na educação e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206, que propõe cobrar mensalidade em universidades públicas. A diretoria esteve, inclusive, em vários departamentos de ensino informando e debatendo esse problema.
A Apufsc também faz parte da Frente Parlamentar em defesa do Serviço Público que, em conjunto com inúmeros sindicatos e entidades, têm atuado na questão do reajuste de salários, agravada pelas perdas inflacionárias (19,99% apenas no governo Bolsonaro). Participa também de outros movimentos coletivos, como o Observatório do Conhecimento.
Institucionalmente, o sindicato dá sequência à discussão sobre a filiação nacional da Apufsc, cuja decisão ocorrerá dia 5 de julho em AGE. Também está sendo elaborado um dossiê sobre as condições de trabalho na UFSC, que será entregue à nova Reitoria. Além disso, a Apufsc tem promovido várias atividades de integração e ações solidárias.
Ainda, em um ano de eleições nacionais e estaduais, a Apufsc tem buscado oferecer, através de sua Diretoria de Imprensa, informações ligadas à situação atual da educação, da pesquisa científica, da universidade pública, da ciência e da cultura e do meio ambiente.
Essa atuação do sindicato busca se alinhar com a expectativa dos filiados e filiadas, seja por meio do CR, seja conforme mostrou a pesquisa realizada pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho (Lastro/UFSC) publicada na revista Plural em 2020.
Em meio a todas as funções exercidas pelo sindicato, as que são consideradas mais relevantes pelos participantes da pesquisa envolvem a representação jurídica dos filiados, a defesa dos interesses trabalhistas e da universidade pública, gratuita e de qualidade, bem como de sua autonomia. Os professores também consideram importante a função de mobilizar e unificar a categoria e informá-la sobre temas de seu interesse. Entre as respostas dos professores aposentados, “defender os interesses trabalhistas da categoria” é a função que aparece como mais relevante.
A pesquisa também demonstrou que a participação no movimento docente é um benefício por si só, uma vez que os professores valorizam o pertencimento a uma comunidade política. Frente aos desafios da educação pública e da carreira, a ação coletiva ainda parece ser vista por muitos docentes, da ativa e aposentados, como uma importante possibilidade de resistência.
Importância da representação política
Entre os docentes ativos que participaram da pesquisa, 95,09% consideram que uma das funções mais importantes da Apufsc é defender os interesses trabalhistas, 89,92% citaram a importância de defender a universidade pública, gratuita e de qualidade, 88,40% apontaram a defesa da autonomia universitária, 87,75% apontaram a mobilização e unificação da categoria e 79,41% citaram entre as funções mais relevantes da Apufsc representar politicamente os filiados.
Entre os aposentados, 98,89% citaram como função mais importante a defesa dos direitos trabalhistas, 92,22% citaram a defesa da autonomia universitária, 91,67% apontaram a mobilização e unificação da categoria, e 75% disseram que uma das funções mais importantes é a representação política.
História da Apufsc
Tudo isso está presente desde a criação da Apufsc, e o sindicato segue o trabalho de fortalecer estas funções, dia após dias. Afinal, como está expresso no programa da atual diretoria, a Apufsc é um Sindicato de Lutas e elas precisam avançar, considerando os problemas que a categoria enfrenta.
A entidade foi fundada, como associação, no dia 24 de junho de 1975, em plena ditadura militar, quando os servidores públicos eram proibidos de se organizar em sindicatos. Inicialmente, a entidade tinha como objetivo reunir os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para troca de ideias e confraternizações.
Nos primeiros anos, progressivamente, a Apufsc entrou na luta pela redemocratização do Brasil e participou dos movimentos de enfrentamento ao regime militar e de luta pelos direitos dos professores. Isso ficou mais forte no final da década de 1970, quando os recursos destinados à educação representavam apenas 4,28% do orçamento geral da União, muito pouco para um país que anos antes investia mais de 10% na área.
Em novembro de 1980, em uma assembleia que contou com a participação de 395 docentes, a Apufsc aderiu à primeira greve nacional dos professores universitários, que tinha entre as reivindicações a reposição salarial de 48%, além de um reajuste semestral para repor a inflação, que já havia sido concedido aos trabalhadores da iniciativa privada. A palavra de ordem era “a greve educa o educador”.
Entre 1978 e 1984, a Apufsc esteve presente, ao lado de outros movimentos sociais, na luta pelo retorno ao estado democrático no país, campanha Diretas já! e na construção de uma universidade e de uma educação pública, gratuita e de qualidade.
A Apufsc foi o primeiro sindicato de professores de universidades federais do país a obter o registro sindical para poder atuar como sindicato autônomo, independente e legalmente constituído.