Entidades se reúnem para pedir reposição emergencial de perdas salariais e criticam reajuste de militares
Entidades que representam os servidores públicos federais realizam um ato em Brasília, a partir das 9h desta terça-feira, dia 31, reivindicando reajuste emergencial de 19,99%. O índice é baseado na reposição das perdas salariais de 2019, 2020 e 2021, mas o governo até agora acenou apenas com a possibilidade de um reajuste de 5%. A concentração é no Espaço do Servidor, entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios.
Por ser um ano eleitoral, a data limite para sanção da lei concessiva de qualquer tipo de reajuste para o funcionalismo público vai até 180 dias antes do final do mandato do presidente da República, ou seja, até 4 de julho.
De acordo com a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef), o objetivo do ato também é denunciar o desmonte do serviço público. A entidade aponta que, quando Bolsonaro assumiu seu mandato, o país tinha 675 mil servidores, e hoje conta com 501 mil, ressalta o Brasil de Fato.
Segundo a CUT, entre 1 mil e 1,5 mil servidores de diversos estados devem dar sequência à manifestação, por volta das 10h, seguindo em passeata até a Praça dos Três Poderes e, às 14h, estarão no auditório Nereu Ramos, da Câmara Federal, para um ato que conta com o apoio de parlamentares de oposição ao governo.
A entidade também afirma que enquanto os servidores públicos federais amargam arrocho salarial, com reajuste zero no governo de Jair Bolsonaro, os militares foram agraciados com 76% de reajuste que serão pagos até 2023, fora inúmeros benefícios.
Servidores da CGU e Banco Central rejeitam proposta de reajuste de 5%
De acordo com o Correio Braziliense, mesmo o governo cortando R$ 14 bilhões do Orçamento para garantir reajuste de 5% aos servidores federais, várias carreiras do funcionalismo manterão paralisações para pressionar por aumento maior de salários. Na segunda-feira, dia 30, funcionários da Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram a greve aprovada na última semana. Mas a categoria não é a única que está paralisada: os servidores do Banco Central (BC), por exemplo, já estão de braços cruzados desde o início de abril.
As lideranças das categorias afirmam que não vão suspender as greves porque consideram que o reajuste de 5% é insuficiente para repor as perdas provocadas pela inflação nos últimos anos.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, explicou que, de janeiro de 2017 até agora, essas perdas, medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegam a 34%. “Conceder 5% não vai repor nem 15% da perda do poder de compra dos servidores” disse. “É claro que é melhor que nada, mas é completamente insuficiente. Terça-feira, dia 31, a partir das 14h, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, vamos dar um recado final para o governo.”
Imprensa Apufsc