Na educação básica, investimos menos da metade por aluno do que a média da OCDE, afirma Claudia Costin* em sua coluna na Folha
Claudia Costin* é diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.
Tivemos, nesta semana, o Dia Mundial da Educação, data estabelecida pela ONU para mobilizar as sociedades pelo direito dos povos a uma educação de qualidade para todos. Por conta da efeméride, o Unicef disponibilizou dados aterradores sobre o efeito da pandemia na frequência escolar e na aprendizagem das crianças em alguns países, incluindo o Brasil.
Já sabíamos que, com o longo fechamento das escolas (maior que em boa parte dos países), a baixa conectividade e a falta de equipamentos ou livros para aprender, teríamos insuficiências, especialmente na alfabetização, e um abandono escolar relevante. Mas, ao destacar o caso brasileiro, Robert Jenkins, chefe global do Fundo das Nações Unidas para a Infância, destacou que, em vários estados brasileiros, três em cada quatro crianças do segundo ano do ensino fundamental estão com leitura bem abaixo do esperado e que um em cada dez alunos de 10 a 15 anos não pretende voltar às aulas quando as escolas reabrirem.
Diferentemente de outros países que passaram a investir mais em educação para recuperar o que se perdeu, cortamos o orçamento de educação básica do MEC. Chegamos mesmo a pôr em risco o reajuste exigido por lei no piso salarial dos professores.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo