Ministro quer crianças com deficiência em ‘classes especiais’, mas especialistas apontam retrocesso
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a defender que algumas crianças com deficiência não estudem na mesma sala de outros alunos. Segundo ele, o governo não quer “inclusivismo” e argumentou que certos graus e tipos de deficiência necessitam de classes especiais.
— Nós não queremos o inclusivismo, criticam essa minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar — disse em entrevista para a rádio Jovem Pan nesta segunda-feira (23).
No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma audiência pública sobre ação apresentada na Corte contra o decreto de outubro do ano passado que instituiu a Política Nacional de Educação Especial. Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e que rechaça as falas de Ribeiro.
Especialistas em educação consideraram a alteração um retrocesso em uma luta de 30 anos pela inclusão social e entendem que o novo decreto enfraquece o direito de a pessoa com deficiência de frequentar a escola comum.