Em Florianópolis, a mobilização em defesa da Educação e da Ciência começou na manhã desta quarta-feira (02). Estudantes e professores levaram para o Largo da Catedral, em tendas montadas com o apoio da Apufsc, 36 projetos e atividades de diferentes cursos. A ação UFSC na Catedral faz parte da agenda da paralisação nacional de 48 horas.
“Queremos mostrar paro maior número de pessoas possível a importância da UFSC, mostrar que o dinheiro de ninguém está sendo jogado fora”, diz João Pedro Correia, estudante da 7ª fase do curso de Direito. João é um dos cerca de 300 estudantes que compõem o Núcleo de Prática Jurídica (NPJ). Nesta quarta-feira (2), o NPJ levou ao Largo o serviço que já presta dentro da universidade: o atendimento jurídico gratuito a pessoas com renda familiar de até R$ 2.300. Abordando diversas áreas do Direito, de pensão alimentícia a processo de danos morais, a assistência do NPJ é uma via de mão dupla: prestar serviço à sociedade e desenvolver o ensino dos estudantes com acompanhamentos de profissionais formados. Atualmente, cerca 2.000 processos estão em andamento com apoio do NPJ.
Os insetos e aracnídeos do Bio na Rua chamam a atenção de quem passa. “Meu irmão foi picado por uma daquelas vermelhas pequenas e ficou cinco dias na UTI”, diz Lúcio Celestino Silveira. Engenheiro agrônomo formado há 40 anos, o mineiro, de 62 anos, se interessou pelo projeto dos alunos e elogiou a iniciativa. O Bio na Rua é um movimento que surgiu durante a greve estudantil, explica Gabriel de Almeida Gomes, calouro da Biologia. “A gente já decidiu que, independentemente da greve, vamos continuar para divulgar o conhecimento científico”, afirma. Ainda nesta semana, os estudantes foram convidados a dar uma aula sobre educação ambiental em uma escola no Campeche.
Com câmera de vídeo, microfone, fone de ouvido e uma televisão, o curso de Cinema também está presente em frente à Catedral. Ainda nesta tarde, quem passar pelo estande, poderá criar sua própria câmara escura. A professora Andrea Scansane disse que está acostumada a apresentar o projeto de extensão Fotocrias para o público externo da universidade. “A diferença é que eu sempre fiz isso, mas sem precisar defender o óbvio. Sem precisar dizer que os professores e as universidades públicas são importantes”, lamenta. A docente reforçou a necessidade de os alunos em greve terem apoio dos professores para mostrar à sociedade a dimensão das dificuldades enfrentadas pelas instituições de ensino em âmbito nacional.
Dentre os estandes mais movimentados nesta manhã, estava o Saúde na Praça. Os estudantes de Farmácia da UFSC fazem testes de glicemia na população. Outros atendimentos do curso, como o de medição de colesterol, seriam feitos durante a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex) da UFSC. A Sepex, maior evento de divulgação científica de Santa Catarina, estava prevista para acontecer neste mês, mas foi cancelada pela falta de recursos da UFSC, decorrente do bloqueio de verbas do Governo Federal.
Texto e Fotos: Ilana Cardial