Novo presidente da SBPC lista crise de financiamento da ciência como prioridade, informa a Folha de São Paulo
O negacionismo do governo federal a respeito da pandemia acabou levando muitos cientistas brasileiros a adotar posicionamentos políticos mais claros. Para o presidente eleito da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o professor de filosofia política e ética Renato Janine Ribeiro, a reação é um resultado natural de valores que se tornaram centrais para a comunidade científica, como a preocupação com a ética, a inclusão social e a sustentabilidade.
“A comunidade científica americana ficar contra o Trump, ou a comunidade científica brasileira mostrar perplexidade com o negacionismo do governo federal ou pessoas ligadas a ele, é sobretudo um posicionamento ético, que pode ter desdobramentos políticos, mas não é partidário”, diz o professor da USP. Janine Ribeiro, 71, foi escolhido pelos membros da SBPC para um mandato de dois anos em eleição com participação recorde –quase 2.000 votantes, ou 60% dos sócios ativos.
A prioridade inicial da nova diretoria do órgão será “tentar salvar o que tem de ser salvo” diante da crise de financiamento da ciência nacional. Sem a volta do apoio à pesquisa, diagnostica ele, o Brasil viverá uma situação inédita de fuga de cérebros em massa.