Instituições como a UFRJ e a Unifesp afirmam ao Estadão que dinheiro só é suficiente até julho; na Bahia, reitor diz que falta de auxílio deixa alunos até ‘passando fome’
O corte de R$ 1 bilhão e o bloqueio de verbas para as universidades federais podem atrasar o retorno presencial de alunos aos câmpus, além de ameaçar pesquisas e ações de enfrentamento à covid-19. Pelo País, bolsas de auxílio a estudantes de baixa renda já estão sendo cortadas e as instituições falam em interromper até o atendimento de pacientes da covid-19 em hospitais universitários.
Em abril, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2021, com redução de R$ 1 bilhão para as 69 universidades federais, 18% a menos na comparação com o que receberam no ano passado em verbas discricionárias – aquelas usadas para pagar contas como as de luz e manutenção. Além disso, houve bloqueio de 13,8% das verbas, o que faz com que as universidades tenham hoje 4,3 bilhões, metade do que tinham cinco anos atrás. Desde o início da gestão em 2019, o governo mantém relação turbulenta com as universidades, que vão de acusações de “balbúrdia” a medidas contra manifestações de professores.
“É um contrassenso, estamos estupefatos”, disse ao Estadão a reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, sobre os cortes. Na maior federal do País, que tem até pesquisas próprias para desenvolver uma vacina contra a covid-19, a verba para pagar contas básicas este ano é de R$ 258 milhões, a mesma de 2008, quando a universidade tinha pouca mais da metade do número atual de alunos.
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