Designada pelo reitor, após aprovação do Conselho Universitário, Catia Regina Silva de Carvalho Pinto vai exercer a função de vice-reitora, em mandato pro tempore, até 3 de julho de 2022
A nova vice-reitora da UFSC, Catia Regina Silva de Carvalho Pinto, designada para o cargo pelo reitor Ubaldo Balthazar nesta semana, diz que uma de suas prioridades à frente da universidade é buscar soluções capazes de sensibilizar parlamentares e o governo federal para a importância da ciência, da educação e da tecnologia, alvos de uma série de ameaças.
A professora, que entre 2014 e 2020, foi diretora do Campus de Joinville, vai exercer a função de vice-reitora, em mandato pro tempore, até 3 de julho de 2022. “Dessa forma, conseguimos acabar com o descompasso que existe nos mandatos de Reitor e Vice Reitor. A nossa Instituição merece essa sincronia, só assim vamos conseguir deixar um período triste e muito doloroso para trás”, afirmou em entrevista por e-mail para a imprensa da Apufsc.
Catia Regina Silva de Carvalho Pinto é formada em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Engenharia Ambiental. Até a indicação para o cargo de vice-reitora, era professora do Departamento de Engenharias da Mobilidade do Centro Tecnológico de Joinville, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental do Centro Tecnológico (CTC) e do Mestrado Profissional em Perícias Criminais Ambientais do Centro de Ciências Biológicas (CCB), com atuação nas áreas de controle de poluição e avaliação de impactos ambientais.
Confira a entrevista:
1) Neste momento de pandemia e de cortes de orçamento, quais são seus maiores desafios à frente da vice-reitoria?
Sobre a pandemia, acho que o que deve pautar nossas decisões é sempre a defesa da vida e da saúde dos servidores docentes e técnicos-administrativos, estudantes e suas famílias e o retorno às atividades presenciais deve ser sempre baseado na ciência. Além disso, muito me preocupa a saúde mental dos servidores e alunos. Teremos que reforçar programas de acompanhamento dessas pessoas no sentido de auxiliar a comunidade universitária neste momento de atividades remotas. Sobre os cortes de orçamento, acredito que as universidades públicas devem se unir, talvez através da Andifes, e, em conjunto com sociedades científicas como a SBPC, órgãos de classe como Andes, Apufsc, Sintufsc, Fasubra, UNE, entre outros, e pressionar, contra o corte do orçamento e respeito à autonomia das Universidades. Além disso, acho que devemos concentrar esforços na divulgação das ações e atividades realizadas na nossa Instituição para que a população reconheça o valor do trabalho realizado aqui e nos auxilie neste momento tão difícil para as Universidades Federais.
2) E quais serão suas prioridades de atuação?
A minha prioridade é a mesma da gestão que agora faço parte que é a educação pública, gratuita, inclusiva e de qualidade, numa universidade autônoma. Acho que todos nós devemos atentar para as ameaças que as universidades públicas estão passando neste momento e participar da busca de uma solução capaz de sensibilizar as autoridades parlamentares e mesmo o executivo do nosso país, demonstrando que a educação, a ciência e a tecnologia que dela são resultado, é o que temos de melhor e mais seguro para o nosso País.
3) Estamos em um momento em que há toda uma polêmica sobre a volta das aulas presenciais, que fica mais intensa com a aprovação da urgência do PL 5594/20. Na sua visão, qual deve ser o posicionamento da universidade em relação a isso, face a autonomia universitária?
A UFSC tem um comitê científico designado pelo Gabinete da Reitoria que elaborou um Guia de Biossegurança que prevê diferentes fases para o retorno presencial. Tenho certeza que é entendimento da Instituição que, sob nenhuma hipótese, coloquemos nenhuma vida em risco. Estamos fazendo um sacrifício imenso há mais de 1 ano; os estudantes, os técnicos e nós professores, desafiando este novo modelo, que em grande parte do tempo promove processos solitários e mais trabalhosos, totalmente diferentes do que estamos habituados a viver. Mas estamos sobrevivendo! Tenho certeza que a UFSC saberá decidir seu melhor momento para o retorno das atividades presenciais.
4) A UFSC também passa por muitas ameaças, com o corte de verbas e inclusive questionamentos sobre a atuação da universidade em tempos de ensino remoto. Como devem ser os trabalhos para garantir orçamento e mesmo para demonstrar para a população a importância da universidade?
Quanto aos recursos, temos que convencer o governo de que dinheiro para universidade é investimento no País. Esta é a nossa tarefa.
5) Outro ponto que ameaça a universidade é a reforma administrativa, que deve atingir todo funcionalismo público e a possibilidade de extinção de órgãos (autarquias e fundações, ou seja, universidades). Como a professora avalia a proposta do governo que está tramitando no Congresso e como pensam em tratar esse problema?
Vejo que é importante que cada categoria se alinhe no seu órgão de representação. Tenho acompanhado os encaminhamentos da Apufsc e Sintufsc nesse sentido, e que a gente some esforços para mostrar a importância do Servidor Público em todos os setores deste país. Acho também que os Reitores devem participar ativamente neste trabalho de convencimento.
6) A professora ficará até julho 2022, o que iguala o seu mandato ao do reitor. Por que foi decidido por um mandato mais curto de vice-reitoria?
Dessa forma, conseguimos acabar com o descompasso que existe nos mandatos de Reitor e Vice Reitor. A nossa Instituição merece essa sincronia, só assim vamos conseguir deixar um período triste e muito doloroso para trás