No polo mais recente da universidade, engenharias são referência em inovação e licenciaturas estão entre as melhores do Brasil
O campus da UFSC em Blumenau completa sete anos nesta quarta-feira (17). Mais recente entre os campi da instituição no interior, o centro começou suas atividades em 2014 oferecendo 500 vagas para cinco cursos de graduação. Atualmente, Blumenau conta com sete cursos de graduação, dois mestrados profissionais e dois mestrados acadêmicos.
Presente desde a instalação do campus, a professora Ana Julia Dal Forno recorda dos primeiros meses, quando o prédio sede ainda estava em reforma e as aulas aconteciam no espaço físico do IFC Blumenau e do IFSC Gaspar. “A gente começou no Instituto Federal do zero, sem contrato de limpeza nem nada. Os alunos e professores faziam tudo. E o campus tem até hoje essa pegada de botar a mão na massa, arregaçar as mangas e fazer junto. Até pela cultura da cidade, que já precisou superar muitas enchentes e situações difíceis. Acho que isso acaba influenciando”.
A professora, que foi vice-diretora do centro entre 2016 e 2020, destaca os desafios iniciais e as metas estabelecidas desde a fundação do campus. Entre eles, a inserção de uma federal no município que já contava com uma instituição de ensino superior consolidada, a Universidade Regional de Blumenau (FURB) — que passava à época por uma discussão de federalização. “Muitas pessoas nos ligavam achando que era preciso pagar para estudar na UFSC”, relembra Ana Júlia. Além disso, a ideia era provar que um campus fora da sede em Florianópolis conseguiria manter a qualidade de ensino.
O reconhecimento veio logo em seguida com as primeiras avaliações realizadas pelo Ministério da Educação: todos os cursos já alcançaram nota 4 no Conceito Preliminar de Cursos (CPC) — conceitos 4 e 5 são considerados selos de excelência. Em 2018, as licenciaturas em Química e Matemática ofertadas em Blumenau alcançaram conceito máximo e ficaram entre as 10 melhores do país na área de Ciências Exatas.
Hoje o campus tem mais de 1000 estudantes matriculados, 106 docentes e 53 técnicos-administrativos. São ofertados os cursos de Engenharia Têxtil, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Materiais, Licenciatura em Matemática e Química e Bacharelado em Química. Também são oferecidos os mestrados profissionais de Ensino de Física e Matemática; e os mestrados acadêmicos de Engenharia Têxtil e Nanociência, Processos e Materiais Avançados. Entre bacharéis, licenciados e mestres, a instituição já retornou mais de 100 profissionais com formação de qualidade para a sociedade.
A oferta das engenharias com foco na área industrial tem em vista as demandas econômicas e sociais da região do Vale do Itajaí, constatadas em estudos feitos anteriormente à instalação da UFSC no município. Já as licenciaturas atendem às exigências de qualificação continuada dos professores da rede pública de ensino básico.
Em consonância com esses traços próprios do campus, em 2019 a comunidade universitária participou de uma votação para renomear o seu centro. Desde então, o centro de Blumenau é, oficialmente, o Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE).
A Apufsc em Blumenau
Presente em todos os campi do interior, a Apufsc também faz parte da história do campus de Blumenau. Inaugurada em 2018, a sede social atende os filiados na Rua João Pessoa, n. 2345. Nos últimos anos o sindicato vem promovendo atividades, confraternizações e discussões sobre temas pertinentes à categoria, além de manter convênios com mais de 40 profissionais e estabelecimentos da região que oferecem descontos aos filiados.
A Apufsc é representada no campus pela professora Graziella Richetti, do Departamento de Ciências Exatas e Educação. A docente é parte do Grupo especial para atividades sindicais nos campi, equipe auxiliar da diretoria que busca estender as pautas e mobilizações do sindicato para todas as unidades da UFSC.
A professora ressalta a importância da presença do sindicato para a unidade da categoria na defesa da universidade. “Não podemos ficar desconectados das questões que nos envolvem, principalmente por esse movimento de tentar desmobilizar a universidade, de atacar frontalmente os professores. É importante sempre divulgar o que fazemos, para além da sala de aula, como os resultados de pesquisas e os impactos dos projetos de extensão”, afirma.
Quantos aos desafios específicos do campus de Blumenau, Graziella reforça o potencial de crescimento que o centro possui e os obstáculos que estão no caminho, como as limitações físicas e a necessidade de novas contratações que esbarram no panorama orçamentário nacional — faltam 20 docentes para completar o quadro de pessoal do campus. “É, de certa forma, uma demanda reprimida. Temos procura para oferecer mais cursos de formação complementar e continuada para professores da educação básica, mas a sobrecarga interna de trabalho acaba impedindo que ações como essa sejam feitas com maior frequência”, relata.
Imprensa Apufsc