Nota técnica da Rede de Políticas Públicas e Sociedade detalha o andamento da pandemia e aponta falhas na resposta de governos e sociedade
Como expõe o Jornal da USP, o dia 25 será o aniversário de um ano da primeira pessoa diagnosticada com sars-cov-2 no Estado de São Paulo. Hoje, o número de casos já ultrapassa os 10 milhões, com 250 mil mortes. A falta de distanciamento e de medidas de contenção da disseminação do coronavírus abrem o horizonte para uma piora na situação da pandemia.
Lorena Barberia é professora do Departamento de Ciência Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e integra o grupo da Rede de Políticas Públicas e Sociedade, responsável pela nota técnica intitulada A resposta à pandemia no Estado de São Paulo em 2020 e os aprendizados para 2021. Lorena explica que o grupo vem sistematicamente monitorando a resposta dos governos e da sociedade diante da pandemia em diferentes momentos de 2020 e entre janeiro e fevereiro de 2021.
Na experiência internacional, na maioria dos casos onde houve uma elevação muito grande de casos, medidas mais rígidas foram implantadas por várias semanas. No caso do Brasil, a nota mostra que as medidas não duraram muito tempo em São Paulo e houve municípios que não aderiram a elas. “Não podemos usar a palavra ‘lockdown’ no Brasil porque, de fato, nunca adotamos essas políticas mais rígidas de forma sistemática e por um tempo muito forte para podermos ver o impacto de um lockdown”, afirma Lorena, completando que adotamos medidas mais moderadas e, como consequência, não conseguimos ter um controle efetivo da pandemia.
A nota técnica deixa evidente que focar na vacinação como fonte de esperança não é a melhor opção, já que o Brasil conta com um nível ainda muito insuficiente para uma cobertura vacinal em massa. A professora explica que é preciso reforçar a testagem, o distanciamento social, a fiscalização e o respeito aos protocolos no local de trabalho, nas escolas, “sempre mantendo a quarentena de todas as pessoas que estão com suspeita”, conclui.
Fonte: Jornal da USP