Por Raul Valentim da Silva
O Big Bang foi, conforme a teoria cosmológica dominante sobre o desenvolvimento do Universo, uma singularidade que deu a partida no aparecimento da energia e da matéria. Pode ser considerado um autêntico milagre, sem respaldo lógico. De acordo com esta mesma teoria logo após este evento ocorreu uma expansão do Universo a uma velocidade muito superior a da luz. Ainda segundo a ciência, antes da ocorrência do Big Bang existia o nada. Destas assertivas decorre naturalmente que não existiam as leis da física.
Tais leis estão diretamente vinculadas à matemática. De acordo com especialistas, a matemática por sua vez está vinculada a uma determinada lógica. O cientista que estuda as ciências naturais está na realidade buscando descobrir o que ocorre ou já ocorreu na natureza cósmica e terrestre. Busca desvendar e descrever em termos humanos as leis que já existem. As ciências naturais que estão nos livros e revistas são subconjuntos de conhecimentos humanos das ciências universais existentes na natureza. A unicidade observada na matemática humana e em sua lógica decorre, certamente, das leis preexistentes e sistemicamente organizadas da física, da química e da biologia.
Naturalmente, quando ocorreu o Big Bang as leis da mecânica quântica precisaram ser acionadas para criar e montar as partículas necessárias para formar átomos de hidrogênio essenciais para a criação da química. Foram então devidamente utilizadas as interações fundamentais: a nuclear fraca, a nuclear forte e o eletromagnetismo. O bóson de Higgs, ao menos em teoria, deve ter sido criado para dar massa à matéria. As leis da química foram então criadas e acionadas utilizando outra força fundamental: a gravitação. Numa operação que levou bilhões de anos as estrelas foram sendo criadas e implodidas para formar, utilizando as leis da física, todos os elementos químicos necessários para criar a vida na Terra.
Pelas leis da conservação da energia e da massa, todos os seres vivos, incluindo os humanos, de alguma forma estavam presentes no resultado do Big Bang. Os elementos químicos necessários para a criação da vida na Terra, gerados em estrelas e em supernovas foram sendo trazidos para nosso planeta ao longo de bilhões de anos. Substâncias químicas como a água foram sendo formadas e encaminhadas para este berçário da vida, utilizando as leis da física. Com a fusão ininterrupta do hidrogênio no Sol e a transferência de fótons para a Terra foi possível criar e manter a vida em nosso planeta. As leis da biologia passaram a ser então acionadas para implantar e manter a vida na Terra.
Na concepção das libélulas, por exemplo, foram incorporadas complexas leis matemáticas da aerodinâmica. Na confecção de cada uma das cinco mil espécies de libélula foi certamente utilizado um vasto cabedal de propriedades da bioquímica. Um raciocínio lógico é capaz de identificar um sequenciamento proposital, partindo de um possível Autor das leis da física, da química e da biologia, devidamente amparadas em uma matemática específica com sua lógica pertinente. Uma ciência ateia prefere atribuir ao acaso a completa autoria de todos os passos sistêmicos associados à instalação, construção e sustentação da vida diversificada existente na Terra.
O criadorismo propõe-se a utilizar os conhecimentos científicos disponíveis no século 21 para questionar defensores da ciência ateia que, utilizando a tese nunca provada da inexistência de um “Deus”, buscam contrapor-se nas escolas às religiões, gerando conflitos com a liberdade de expressão religiosa e tentando forçar a humanidade a abdicar de crenças como a da vida após a morte que, devidamente utilizadas, podem ser muito benéficas e trazer felicidade.
Raul Valentim da Silva. Professor aposentado da UFSC e autor do blog newcreatorism