Estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) se dizem silenciados e intimidados pela administração pro tempore, nomeada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro sem seguir o resultado de eleição. Recentemente, três alunos foram processados e podem ser obrigados pela Justiça a pagar mais de 10 mil reais.
O IFSC é uma das 17 instituições federais nas quais os reitores mais votados foram impedidos de tomar posse – e onde estudantes se mobilizam contra o que chamam de “intervenção”. Os protestos ocorrem desde que a reitoria do IFSC foi entregue ao 2º colocado na eleição de 2019, André Dala Possa, e não ao 1º, Maurício Gariba Júnior.
A ação foi movida pela atual pró-reitora de Administração, Fabiana Besen Santos, em outubro deste ano. Segundo a professora, os alunos proferiram “palavras desrespeitosas de ameaças e em tom ofensivo”, durante uma reunião virtual do Conselho de Dirigentes, da qual estudantes participam eventualmente. Besen queixa-se de que um dos alunos citou expressões como “intervenção”, “interventores”, “gestão interventora”, “golpe”, “golpe antidemocrático”, “parafernália” e “palhaçada”.
“É possível verificar que o requerido nomeia gestores que fazem parte da alegada ‘intervenção’ e inclui o nome da demandante como partícipe de uma espécie de ‘golpe’ que teria ocorrido dentro da instituição de ensino, demonstrando sua total falta de respeito ao grupo gestor do qual a requerente faz parte”, diz trecho da ação.
Alunos que falaram a Carta Capital afirmam que o processo reproduz as práticas do que chamam de “regime persecutório” da reitoria. Dizem também que os alvos do processo não teriam como pagar o valor exigido na ação. A defesa deve ser apresentada ainda neste mês.
Leia na íntegra: Carta Capital