Passados mais de três meses de ensino remoto na UFSC, a avaliação de muitos professores é parecida: a experiência foi mais positiva do que se imaginava. Foi um período de aprendizado e colaboração. Isso não significa que tenha sido fácil. Pelo contrário. A sobrecarga de trabalho somada ao contexto de isolamento social e ao medo da pandemia fizeram professores e alunos chegarem ao fim de 2020 esgotados.
A equipe de imprensa da Apufsc ouviu nas últimas semanas os relatos de 18 professores e professoras, de 13 centros diferentes. Os dados foram apresentados pelo sindicato, no dia 9 de dezembro, em um fórum realizado pela reitoria para discutir as atividades não presenciais. Em geral, a maioria dos docentes reclama do desgaste emocional gerado pela nova rotina, do trabalho que se estende pela noite e aos fins de semana, do aumento da carga administrativa, da estrutura física inadequada e da falta que faz a interação presencial com os alunos e colegas na UFSC. Professores e professoras com filhos menores têm uma dificuldade adicional para conciliar as demandas de casa com as da universidade.
“Estamos o tempo inteiro dentro do trabalho, porque o ambiente de trabalho agora é a sala, a cozinha, o quarto”, diz Luana Renostro Heinen, do Departamento de Direito (CCJ).
Para Edgard Matiello Júnior, do Departamento de Educação Física (CDS), o semestre remoto foi o mais trabalhoso de todos os seus anos como professor. “Estamos todos exaustos, e muitos não falam sobre isso, o que é um perigo”, diz. Ele e a mulher se dividem para cuidar dos filhos de 7 e 11 anos, que também fazem suas aulas online. Com a limitação de espaço físico, em algumas ocasiões, Edgar acaba ministrando suas disciplinas no quarto das crianças, na cama e com o notebook no colo.
O barulho das intermináveis obras dos vizinhos obrigou a professora Norma Machado da Silva, do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética (CCB) a mudar sua rotina de trabalho e improvisar um escritório em casa. Para evitar interferências sonoras, ela grava as aulas no período da noite, depois de uma longa jornada durante o dia, ou aos finais de semana.
No último mês, Norma e outros docentes perceberam uma demanda adicional. Depois de toda preparação para o ensino remoto e adequação das práticas pedagógicas, o que já exigiu muito estudo e criatividade, os professores estão tendo que lidar com alunos cansados e sem motivação. “Desde o início, procurei tornar as aulas mais atrativas, ampliar os debates, aumentar o interesse dos alunos, especialmente considerando as dificuldades de interação”, disse Carolina Bahia, do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). “Percebi o cansaço deles com os encontros em tempo real, então, comecei a trabalhar mais videoaulas, para que eles acessem quando quiserem”. Ficou claro, ela diz, que o ensino remoto é mais complexo do que parece, porque apenas transpor a disciplina presencial para a plataforma não funciona.
Mesmo professores com décadas de experiência em Ensino a Distância precisaram se reinventar. “A educação a distância foi pensada para ser assim, já o ensino remoto ninguém estava esperando”, diz a professora Tânia Regina Oliveira Ramos, do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas (CCE), que considera a tecnologia uma aliada da educação. “Tem que ter um espírito de adaptação e esquecer um pouco o presencial, tem que saber que se está em outra relação e não se incomodar com os alunos que não ligam a câmera, por exemplo”. Para ela, o balanço desses primeiros meses é positivo. “Quando a gente vê os alunos elogiando a disciplina, agradecendo, vemos que muita coisa funcionou.”
Flávia Guidotti, do Curso de Jornalismo (CCE), esperava um ensino remoto com muitos problemas técnicos e alunos participando menos das aulas, mas se surpreendeu. Professora de fotojornalismo, uma disciplina prática, ela adaptou o plano para que os alunos pudessem continuar fazendo fotos e pautas, agora dentro de casa. As interações também foram transformadas e ela, que sempre foi boa em reconhecer rostos, aprendeu a identificar vozes. Ao mesmo tempo, a modalidade on-line tem lhe deixado com as vistas cansadas, pelo excesso de telas, com dores no corpo, pelo tempo sentada, e até a voz tem falhado com mais frequência, já que a participação dos alunos diminuiu.
A professora Andrea Lapa, professora do Departamento de Metodologia de Ensino do Centro de Ciências da Educação (CED), acompanhou de perto não apenas a experiência na graduação e pós-graduação, mas também no Colégio de Aplicação da UFSC. Ao atuar na formação de professores, ela tem testemunhado o esforço dos docentes do ensino básico para motivar os estudantes e o grau de estresse que vem junto com essa dedicação. “Eles estão a todo momento criando novas atividades pedagógicas. Todos falam da quantidade de horas de trabalho. Os professores estão dando aula não só para as crianças, mas também para as famílias.”
Confira abaixo os principais temas abordados pelos professores entrevistados:
‘Nunca trabalhei tanto na vida’
O Ensino Remoto mudou completamente a forma como os professores administram seu tempo. Planos de ensino foram alterados, tarefas flexibilizadas, quebras de pré-requisito aceitas, sempre tentando responder às demandas, tanto do professor quanto dos estudantes. Mesmo assim, há sobrecarga. “Estou com 220 tarefas para corrigir no Moodle. Eu posso dizer que, em um final de semestre, eu nunca trabalhei tanto na minha vida”, desabafa Rodrigo Mohedano, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (CTC), além de dar aula para 85 alunos, também orienta 8 estudantes em trabalhos de conclusão de curso e outros dois na dissertação do mestrado, e divide com a mulher os cuidados com os filhos de 3 e 6 anos. As mensagens no WhatsApp chegam a qualquer hora do dia ou da noite, e ele tenta responder assim que as recebe, porque sabe que os prazos dos estudantes também são apertados.
O trabalho administrativo e no projeto de extensão que coordena também aumentou, sobretudo pela necessidade de se fazerem mais reuniões para decidir todos os detalhes que antes eram resolvidos em conversas diárias. Como saldo desse período, o professor diz que está trabalhando muito mais, mas que vê como um lado positivo nessa situação a possibilidade de mudança de métodos de ensino em sala de aula. “O jeito de dar aula não mudou nos últimos 100 anos, e os alunos já estavam desmotivados. A sala de aula não havia incorporado a tecnologia que os mais jovens usam o tempo todo, e isso gerava um anacronismo. Toda mudança é difícil, mas necessária.”
Gregorio Jean Varvakis Rados, da Engenharia do Conhecimento (CTC), afirma que embora veja um aspecto positivo de trabalhar em casa, por conta do espaço bem equipado que montou, percebe como ponto negativo o aumento da carga de trabalho. “Eu sinto falta de uma melhor definição dos horários. Por mais que já trouxéssemos trabalho pra casa normalmente, há uma diferença pois agora o teu trabalho está em casa, não tem mais sábado e domingo, não tem mais horário definido. Você entra no quarto para resolver um probleminha e fica trancado, não sai mais de lá. Há uma grande mistura do tempo de trabalho com o tempo privado, do público e do privado, tudo se misturou numa intensidade incrível”.
Há casos como o do professor Douglas Francisco Kovaleski, do Departamento de Saúde Pública (CCS), que chegou ao fim do semestre com uma sobrecarga de trabalho três vezes maior do que o normal, obrigando-o a procurar ajuda psicológica.
Para os professores da área da saúde, o contexto da pandemia trouxe uma preocupação e uma responsabilidade a mais. Os alunos da área da saúde tiveram o curso acelerado pela portaria do MEC que deliberou pelo adiantamento dos estágios. “Precisávamos encaminhá-los para o estágio final do curso. Os alunos tiveram medo de entrar em campo e nós também tivemos medo de colocar os nossos alunos em risco. Tivemos várias discussões e formações. Quando chegaram EPIs no HU, alocamos nossos alunos ali, sempre com supervisão”, conta a enfermeira e professora do Departamento de Enfermagem, Angela Maria Alvarez.
Outro desafio foi desenvolver as disciplinas teórico-práticas. “Deu bastante trabalho para não sobrecarregar os alunos com lives, estávamos todos saturados, ainda mais na nossa área”, comenta a professora. Sua rotina é ficar no computador das 7h da manhã até às 21h. “Agora eu moro no meu emprego”, diz. “E por mais que as aulas tenham funcionado, nada se compara a olhar nos olhos dos alunos, sentir a reação deles e se conectar. Estamos trocando a roda com o carro andando.”
O problema fica maior quando não se tem ferramentas nem um ambiente adequado para se trocar a roda do carro. Com dois filhos pequenos em casa e sem espaço, o professor Rodrigo Moheano passou a trabalhar duas vezes por semana em sua sala na UFSC, onde dá as aulas síncronas. Mesmo lá, a internet falhou e por duas vezes as aulas tiveram de ser canceladas. Mas ele ganhou privacidade. “Era barulho de aspirador de pó, criança querendo atenção, cachorro pulando no colo”, conta o professor, que terá de adaptar a casa, caso o ensino remoto se estenda por mais tempo.
Há um mês, o professor foi diagnosticado com Covid-19, mesmo usando máscara e mantendo o distanciamento. Rodrigo atendeu um orientando presencialmente e começou a sentir os sintomas dias depois de o aluno receber o diagnóstico. O professor voltou a trabalhar em casa e a família não se contaminou.
A professora Luana Renostro Heinen, do Departamento de Direito (CCJ) relata o acúmulo de funções dos professores que, além de planejar as aulas e elaborar novas ferramentas e recursos, tornaram-se responsáveis também por disponibilizar todos os materiais para os alunos, já que não há meios de buscar livros físicos, por exemplo. E tudo precisa ser feito com os equipamentos disponíveis em casa. “Muitas vezes a luz não está boa para eu fazer a aula, o computador não dá conta de editar o vídeo. Chega a ser frustrante porque em muitos momentos eu quero fazer o que não é possível com as condições que tenho”, explica.
Pandemia e rotina acadêmica com filhos
A pandemia afeta de forma distinta quem tem filhos e quem não tem. Quem tem filhos precisou conciliar não apenas a educação das crianças, mas também a estabilidade emocional delas, em um contexto de interrupção do convívio social e de isolamento. Além disso, na pandemia, em função das demandas de família, das tarefas domésticas e mesmo das solicitações características do ensino remoto, o trabalho em geral tem mais interrupções. “Seja pelas questões em casa, pelo excesso de mensagens nos múltiplos canais, o trabalho ficou mais fragmentado, o que do ponto de vista intelectual tem um efeito problemático, o que pode impactar na qualidade”, diz Jacques Mick, do Departamento de Sociologia (CFH).
Carolina Medeiros Bahia está no grupo de professoras com a rotina mais sobrecarregada. A carga da universidade foi dividida com os trabalhos de alfabetização do filho de 5 anos. “É um desafio triplo, com atividades acadêmicas, domésticas, administrativas. A sensação neste final de semestre é de esgotamento físico, emocional e psicológico”, desabafa. Com a carga maior de tarefas e as aulas exigindo um tempo de preparação maior, as atividades de pesquisa ficaram comprometidas. “A pesquisa ficou prejudicada, porque com essa carga de tarefas ainda maior, tentamos cuidar do que é mais urgente, do que não se pode adiar”, expõe. Conversando com os colegas, ela percebe que a pandemia evidenciou a divisão desigual do trabalho doméstico. “Em geral, os homens receberam com mais facilidade a ideia do ensino remoto, de poder trabalhar em casa com café fresco, com mais conforto. Eles relatam ter ficado ainda mais produtivos, por organizarem melhor o tempo. Enquanto as mulheres na minha situação, com família, ficaram mais sobrecarregadas”.
Com um bebê de um ano e sete meses, o professor Douglas Kovaleski, do Departamento de Saúde Pública, e sua esposa, que também é professora, se desdobram para cuidar do filho entre os afazeres domésticos e profissionais, já que as escolas também estão fechadas. “Essa realidade me fez ver como vivemos em um mundo extremamente machista em que a mulher é educada para cuidar dos filhos e de todos os afazeres domésticos, o que é um absurdo.” Por mais que seja difícil, o casal tenta dividir as obrigações e conciliar o trabalho com a vida pessoal.
Uma saudade: a interação com os alunos
Para muitos professores, um dos grandes desafios do ensino remoto tem sido a mudança na interação com os alunos. Agora, fala-se para uma tela e não mais para uma sala cheia de rostos conhecidos. “Há uma lacuna devido à frieza dessa relação professor – aluno. Eu sempre gravei o nome de todos os meu alunos e agora eu não tenho nem ideia, só vejo o nome e nem sei quem é se encontrar depois”, diz Lauro Mattei – Departamento de Economia e Relações Internacionais (CSE). “Isso é negativo, porque não consigo ter, enquanto professor, elementos fundamentais para acompanhar o progresso do aluno”.
Na entrevista que a Apufsc fez com os 18 docentes, essa foi uma reclamação recorrente. “É difícil fazer os alunos participarem. No geral eles não ligam a câmera nem o microfone, então as aulas ficam unidirecionais e é ruim dar aula para uma tela”, diz Rodrigo Mohedano, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (CTC). Segundo a professora Luana Renostro Heinen, do Departamento de Direito, embora alguns alunos mais tímidos se encorajem a escrever pelo chat, de maneira geral, há uma perda de interação com os estudantes. “Da metade para o fim do semestre, eles nem ligavam mais as câmeras”, conta.
Edgard Matiello Júnior , do Departamento de Educação Física (CDS), diz que tem tentado ser compreensivo com os alunos, por entender que cada um está lidando com uma situação particular e muito complexa. “Muitos estudantes voltaram para a casa dos pais, não encontram mais a mesma realidade que deixaram, outros não conseguem participar por algum constrangimento pelo lugar onde estão, pela casa desarrumada ou outras pessoas falando no ambiente, até mesmo em outras aulas ou trabalhando também, então é um cenário muito complexo, tento ser compreensível”. Para o professor, é preciso ficar atento também às subjetividades dos estudantes e perceber quando eles não estão mais dando conta.
O professor Jacques Mick, que esteve à frente do Departamento de Sociologia até dezembro, destaca que todos os professores se empenharam muito para fazer o melhor que podiam, nas condições disponíveis. Para ele, o ensino remoto afeta dramaticamente o regime de atenção em sala, as dinâmicas de motivação dos alunos e a percepção, por parte dos professores, sobre se os alunos estão ou não concentrados no que é proposto. “Como professores, enfrentamos uma série de dificuldades que não existem na interação presencial, a começar por enxergar a turma, já que muitos estão com a câmera desligada. Não tem como eu saber como estão esses corpos em aprendizagem, não tem como ter ideia do grau de concentração deles”, explica.
O professor aponta ainda como dificuldades os entraves tecnológicos, de alunos que estão com conexão precária, com problemas nos equipamentos ou mesmo tímidos para esse tipo de interação, além da maior chance de dispersão, diante das muitas janelas abertas do computador. Ele também percebeu uma maior taxa de evasão dos estudantes ao longo do semestre. Por outro lado, a nova modalidade permitiu um maior aproveitamento de ferramentas disponíveis. “Uma experiência boa tem sido compartilhar no Moodle – o sistema da universidade – planos de aula detalhados de cada encontro e propor recursos que permitem uma recuperação de conteúdos a alunos que não puderam acompanhar a aula em tempo real”.
Nas disciplinas que ministra nos cursos de bacharelado e licenciatura em Biologia, a professora Norma Machado da Silva percebeu que os alunos estão com dificuldades de organização e um desgaste emocional cada vez maior. Boa parte concilia as aulas com trabalho, o que prejudica ainda mais o processo de aprendizagem, agravando o adoecimento psicológico. “Por mais que o professor tente ser criativo, jamais vai ser igual ao presencial. A interação com outros colegas nas aulas e nos intervalos é muito importante, por isso o isolamento afeta muito a qualidade e o rendimento de uma aula”.
Ao mesmo tempo em que o ensino remoto dificultou a troca durante a aula, também aumentou a interação virtual em outros horários do dia, já que os canais de comunicação com os estudantes aumentaram. Há professores que ficam até altas horas da madrugada respondendo e-mails com dúvidas de alunos.
Ferramentas tecnológicas e pedagógicas
O ensino remoto obrigou professores e professoras a inverter o processo metodológico: antes se pensavam as ementas para depois pensar as metodologias. Agora, foi fundamental rever todos os métodos de ensino para extrair ao máximo o potencial de aprendizagem. Foi preciso rever toda a bibliografia das disciplinas ministradas para que tudo estivesse disponível na internet, buscar mais conhecimento sobre as ferramentas virtuais e pensar em novos métodos de avaliação.
Para o professor do Departamento de Engenharia do Conhecimento Gregorio Jean Varvakis Rados, os resultados do semestre foram melhores que o esperado. “Nós alcançamos resultados no processo de ensino-aprendizagem que não teríamos se não tivéssemos as tecnologias. Fomos obrigados a desenvolver alguns objetos para possibilitar esse processo, e que serão usados e melhorados daqui pra frente”. O mais difícil foi fazer a edição dos vídeos. “É algo que não se aprende de uma hora para outra”.
O professor Edgard Matiello Júnior, do Departamento de Educação Física do CDS, diz que sua casa virou uma central de informática. Para isso, teve de buscar um computador na universidade, e investiu recursos próprios na atualização de softwares, melhorias na internet e impressora. Ele conta que enfrentou muitos problemas com a plataforma Moodle, como as superlotações no sistema no início do semestre, e a demora em disponibilizar materiais que haviam sido colocados na plataforma, o que fez com que ele tivesse que alterar o plano de ensino. Por isso, decidiu utilizar outras ferramentas para continuar o semestre.
Mônica dos Santos, professora e chefe do Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas do campus de Curitibanos buscou capacitação por meio de cursos ofertados pela UFSC e adaptou os conteúdos de suas disciplinas para a modalidade de ensino de forma não presencial. Em meio a essa nova forma de trabalho, Mônica adotou outras medidas durante o semestre como a contratação de um plano de internet móvel mais rápido e, ainda, precisou equipar um ambiente na sua casa para trabalhar nas vídeoaulas gravadas ou online. Além disso, ela ampliou os canais de comunicação com os alunos e alunas, já que, passou a atender também por ligação e whatsapp. “Estou 24 horas ligada, ficou tudo junto e sinto que estou trabalhando mais.”
Aos 70 anos, o professor Antonio Carlos Machado da Rosa, do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, diz se sentir à vontade com o modelo remoto. “Deveríamos manter depois o uso mais frequente do Moodle e a gravação das aulas.” Mas ele também percebeu um aumento na carga de trabalho, justamente porque os professores precisam preparar materiais que captem a atenção dos alunos e atendê-los mais individualmente. “Os slides precisam ser inteligentes, atrativos, e precisam ser estudadas dinâmicas para tornar as aulas mais interativas e para aumentar a aproximação com os alunos”, conta ele, que usa músicas e enquetes como estratégias para manter o interesse dos estudantes.
Para a professora Andrea Lapa, do Departamento de Metodologia de Ensino do Centro de Ciências da Educação (CED), a discussão em torno do ensino remoto nunca é sobre tecnologia. “O professor tem que querer inovar pedagogicamente. Se ele já fazia no presencial, busca alternativas de maneira remota. Numa cultura digital, se negar a fazer uma educação assim significa dizer que queremos ficar no passado.”
Imprensa Apufsc