Prezados/as colegas,
Após cinco meses e meio sem atividades de ensino, finalmente retornamos às aulas, via o ensino remoto. Mas a pandemia ainda não foi debelada, o perigo de contaminação persiste e as mortes também, inclusive com perdas de colegas nossos aqui da UFSC. Não paramos de trabalhar durante todo esse período e muitos profissionais da UFSC têm empreendido ações importantes para ajudar o sistema de saúde. Contudo, para se retomar as atividades de ensino está sendo exigido um tratamento de excepcionalidade, e isso é um desafio para todos nós, professores, mas também para os alunos, a instituição e as famílias. O ensino mediado por tecnologias, em grau e intensidade como nunca empregamos, é uma novidade que gera certa angústia, várias incertezas, mas também um desafio à docência e sua renovação pedagógica. Ao mesmo tempo em que desejamos executar bem nossa função profissional, as precárias condições materiais e psicológicas ao aprendizado dos alunos nos preocupam. Infelizmente, o MEC pouco fez para apoiar, material e financeiramente, as Universidades Federais para a retomada das aulas não presenciais, portanto, não temos a completa noção do tamanho do desafio e dos problemas que surgirão em nossas disciplinas. Queremos colocar o sindicato à disposição de todos os docentes para eventuais dificuldades.
Aproveitamos essa mensagem para informar que foi dado início ao processo eleitoral para eleger uma nova diretoria da Apufsc, mandato 2020-2022. A renovação da diretoria é sempre uma oportunidade para refletir sobre a importância do sindicato, as necessidades da categoria e do melhor perfil político e propostas daqueles que se apresentarem e serão escolhidos para ficar à frente da entidade. É momento também para avaliar o que foi feito e como foi a condução das lutas pela atual diretoria. Queremos ainda registrar nossa saudação aos novos filiados e aos que retornam à Apufsc: isso mostra o vigor da entidade como espaço comum e plural de nossas lutas e de atenção aos problemas da categoria.
Por fim, é necessário também registrar que, infelizmente, o governo não mudou sua política de diminuir o financiamento para a educação e a ciência. Ao contrário, sua proposta orçamentária aprofundará a crise nessas duas áreas estratégicas para o país. Sem podermos fazer novos concursos, com nomeações de reitores não escolhidos pela comunidade universitária, o governo ainda propõe cortes no orçamento do MCTI e do MEC na ordem de 18,5%, neste último o montante será de 4,2 bilhões. As universidades perderão cerca de 1 bilhão de reais para custeio e capital, que se somam às perdas históricas – que nos últimos 10 anos totalizaram menos 73% de recursos para obras, equipamentos, manutenção etc. Aplicado aqui na UFSC, esse percentual de corte significa que a verba discricionária cairá de R$ 146 milhões para R$ 118,9 milhões em 2021. Para retomarmos as aulas, segundo a reitoria, a UFSC já gastou cerca de R$ 14 milhões. Nas IFES, segundo a ANDIFES, há ainda a necessidade de um aporte suplementar de cerca de 200 milhões para ajudar professores e alunos no ensino remoto e também preparar as instituições para o ensino semipresencial. Logo, teremos muitas dificuldades e muita luta pela frente.
Nossas saudações.
Diretoria da Apufsc-Sindical – Gestão 2018-2020