Segundo servidores do Instituto Federal, que encaminharam queixa ao MEC, Josué de Oliveira requisitou 20 notebooks ao preço de R$ 12,5 mil cada um
Vinte computadores, cada um custando R$ 12,5 mil, foram requisitados pela reitoria do Instituto Federal do Rio Grande do Norte para auxiliar a equipe da direção durante a época de pandemia. Porém, o Conselho Superior da instituição, formado pelos diretores de todas as unidades, denuncia que o mesmo reitor, Josué de Oliveira Moreira, não teve nenhuma iniciativa para garantir que os alunos sem acesso a tecnologia pudessem continuar seus estudos de forma remota.
O caso da rede federal é mais um episódio em que gestores não forneceram equipamentos nem acesso à internet para os alunos poderem estudar remotamente. Nesta quarta-feira, levantamento feito pelo GLOBO mostrou que pelo 5,7 milhões de estudantes das redes estaduais de educação básica também não tiveram auxílio para se conectar à internet.
O Conselho Superior da instituição elaborou um documento, que foi encaminhado ao Ministério da Educação (MEC), denunciando o pedido de compra dos equipamentos, que totalizaria R$ 250 mil.
Na mesma manifestação, os diretores acusam Josué de Oliveira de nomear para cargos de confiança funcionários suspensos administrativamente, finalizar reuniões quando é questionado e destratar publicamente outros servidores. O reitor assumiu o cargo interinamente neste ano após o MEC suspender a posse do candidato eleito.
No documento, é relatada ainda a situação em que se encontram os alunos sem estudo durante a epidemia.
“A falta de preparo é notória, visto que, no dia 02 de julho de 2020, o Reitor Pro Tempore autorizou a aquisição de 20 Macbooks ao preço de R$ 12.500,00, cada um, totalizando mais de R$ 250.000,00, alegando a necessidade de melhorar o desempenho remoto da equipe gestora da Reitoria, esquecendo-se de que cerca de 30% dos estudantes do IFRN não possuem acesso a equipamentos de informática e à internet para acompanhar as aulas a distância. O fato foi apurado pelo TCU e pelo MPF que cobraram explicações acerca de uma aquisição desproporcional num momento de pandemia”, informa o texto da carta.
Leia na íntegra: O Globo