Cinco meses após a interrupção do ensino presencial, apenas cinco estados custeiam acesso aos alunos
Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia da Covid-19, grande parte das redes de ensino do país passaram a adotar atividades a distância. No entanto, a falta de financiamento de internet por parte do poder público, na prática, tem tornado a escola pública um serviço pelo qual muitos estudantes precisam pagar para ter acesso.
Um levantamento feito pelo GLOBO mostra que, depois de cinco meses da interrupção das aulas, dos 17 estados que responderam a reportagem, apenas cinco financiam o acesso à internet para os alunos: Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo.
Ou seja, embora os outros estados disponibilizem material online, não há o custeio do acesso para os estudantes, o que faz com que pelo menos 5,7 milhões de alunos tenham que arcar com os custos de internet para estudar na escola pública. O cálculo foi feito pela reportagem do GLOBO com base na resposta dos estados e no tamanho de suas redes de ensino.
‘Crise dentro da crise’
Coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda explica que problemas históricos da educação brasileira têm sido agravados com a crise. Segundo ela, é importante ainda valorizar os profissionais da educação nesse momento para não prejudicar ainda mais os estudantes.
“Estamos vivendo uma crise dentro da crise. O Ministério da Educação, como representante da União, precisa colaborar técnica e financeiramente com as políticas educacionais. E ele não tem feito nem um, nem outro” critica. “Nesse contexto está inserido o debate do novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que precisa garantir não só maiores aportes da União, como também que o recurso chegue nas escolas e na garantia dessa estrutura de qualidade. Para isso, é preciso que o Senado Federal siga os avanços conquistados na Câmara dos Deputados”.
O GLOBO entrou em contato com o MEC para saber o que a pasta tem feito para auxiliar os estados a fornecer internet aos estudantes mas até a conclusão desta reportagem não obteve resposta.
Leia na íntegra: O Globo