Avaliação diagnóstica será implementada pela cidade de São Paulo e pelos estados do Rio e do Maranhão
O retorno às salas de aula em tempos de pandemia passa pela superação de diversos desafios como a estruturação física das escolas, a preparação dos professores para lidar com a nova realidade e a readaptação dos alunos à rotina escolar.
Há, entretanto, um outro ponto a ser tratado: como saber o que os alunos aprenderam — ou não — durante o ensino remoto e, então, dar continuidade ao aprendizado? Redes de ensino como a da cidade de São Paulo e as dos estados do Rio e do Maranhão anunciaram medidas para atenuar o que já consideram um problema.
No Maranhão, o secretário Felipe Camarão declarou que o estado realizará avaliações diagnósticas sobre o aprendizado de todos alunos de forma remota e, quando voltarem aos bancos escolares, haverá outra prova presencial.
— Temos escolas que conseguiram continuar de forma remota rapidamente e outras que estavam paradas durante oito meses porque os alunos não tinham infraestrutura para assistir às aulas. Existe uma desigualdade e ela se acentuou. Não podemos continuar o ensino às cegas. É muito tempo já. Nós precisamos ter um norte — afirma Camarão. Segundo ele, os alunos que estavam sem infraestrutura passaram a receber equipamentos do governo.
Instrumento necessário
A avaliação diagnóstica é apontada por especialistas como a principal opção para identificar ausência de aprendizagem e planejar como recuperar o tempo e o conteúdo perdido.
Na capital paulista, somente os alunos do 2º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio serão submetidos à prova no primeiro mês de retorno às escolas. A prefeitura diz que terá condições de criar um plano de reforço escolar capaz de compensar as perdas de aprendizado durante a pandemia. Essa recuperação, entretanto, deverá se estender pelo próximo ano letivo de 2021.
— O resultado dessa prova vai permitir calibrar o reforço escolar. O objetivo não é punir os alunos. Por isso, estamos propondo que haja aprovação automática neste ano —afirmou Bruno Caetano, secretário municipal de Educação de São Paulo.
No Maranhão, todos os alunos de escolas públicas, incluindo as municipais, do ensino fundamental e médio, vão realizar o exame.
— Fizemos parcerias para aplicar também nas cidades e ajudar as prefeituras a montar seu planejamento de volta. É uma heterogeneidade muito grande para não se ter avaliação que ajude nos próximos passo — afirma Felipe Camarão.
A rede estadual do Rio também garante que todos os seus alunos realizarão o exame e indica uma prioridade das séries que estão nos anos finais.
— Quanto antes pudermos voltar, o que só acontecerá com o aval da Secretária de Saúde, faremos esse procedimento com as séries nos anos finais para garantir que eles se formem até o final do ano — diz Fernandes.
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