Milton Ribeiro assume MEC após saída de Weintraub e nomeação frustrada de Decotelli
Novo ministro da Educação, o pastor presbiteriano Milton Ribeiro tomou posse nesta quinta-feira (16) e afirmou que assume um compromisso pela laicidade do ensino público. Ele prometeu também mais diálogo na pasta com instituições.
“Conquanto tenha a formação religiosa, meu compromisso que assumo hoje ao tomar posse está bem firmado e localizado em valores constitucionais da laicidade do estado e do ensino público”
Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação em pouco mais de um ano e meio de governo. Doutor pela faculdade de Educação da USP, ele não tem experiência em gestão pública.
O novo ministro é pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração de Santos, litoral de São Paulo. Antes de assumir a pasta, defendeu, em vídeos publicados em redes sociais, educar crianças pela “dor” e também disse que homem tem que impor o caminho no lar.
“Jamais falei em violência física na educação escolar e nunca defenderei tal prática, que faz parte de um passado que não queremos de volta”, disse ele.
No vídeo de uma pregação feita em abril de 2016, Ribeiro afirma que “essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa”. Ao explicar o que vê como distinção entre castigo e disciplina, cita um trecho da Bíblia: “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-la”.
“Um tapa de um homem ou uma cintada de uma mulher podem ser muito mais fortes que uma criança pode suportar”. Em seguida, no vídeo da pregação, afirma: “Não estou aqui dando uma aula de espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da nossa casa”.
Nesta quinta (16), após negar defender a violência, Ribeiro afirmou que os professores perderam a autoridade no Brasil.
“Isso aconteceu devido a implementação de políticas e filosofias educacionais equivocadas, que desconstruíram a autoridade do professor em sala de aula, o que agora existem são muitas vezes episódios de violência física de alguns maus alunos contra professores”, disse, sem citar a quais políticas se referia.
O novo minsitro também afirmou que pretender “abrir um grande diálogo para ouvir os acadêmicos e educadores”. A gestão de Abraham Weintraub ficou marcada por ataques a vários setores, como as universidades.
Doente, infectado pela Covid-19, Bolsonaro participou do evento por vídeo, do Palácio da Alvorada, de onde assinou a posse do ministro. A cerimônia não foi aberta à imprensa.
“Com toda certeza, a chegada de um ministro voltado para o diálogo, usando a sua experiência e querendo o melhor para as crianças, esse entendimento se fará presente”, disse Bolsonaro.
Leia na íntegra: Folha