Decisão foi tomada quando isolamento social no estado caiu para 39%
O índice de isolamento social caiu significativamente em Santa Catarina no início do mês de maio. Nesta quarta-feira (13), apenas 39.2% dos catarinenses permaneciam em casa, segundo dados da Secretaria de Estado Saúde. O alerta sobre a grande movimentação nas ruas foi feito pelo secretário da pasta, André Motta Ribeiro, que aponta 50% como o índice adequado para o período.
Repetindo o que já havia dito em coletiva de imprensa na terça-feira, Ribeiro reiterou a preocupação do governo estadual, enquanto atualizava os números do novo coronavírus nos municípios catarinenses:
“Hoje nosso estado está entre os piores do país. A gente precisa melhorar esse número”, afirmou o secretário de saúde.
É diante desse cenário que o governo de Santa Catarina anunciou que vai liberar os serviços de transporte coletivo no estado. Ainda não há uma data definida para retomada.
Uma reunião com as empresas do setor está marcada para esta quinta-feira, dia 14, para detalhar as regras sanitárias que já foram construídas pela equipe do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes). A informação foi confirmada pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL) em coletiva de imprensa no final da tarde de ontem.
A retomada do transporte público
Segundo o governador Moisés, além das perdas econômicas que o setor teve desde que as restrições foram impostas em março, quando foi decretada emergência no estado, a essencialidade do transporte público já foi compreendida e o retorno deve ser sancionado.
“Vamos regulamentar esse projeto, mas deverá passar por portaria específica, que vai levar tempo de adaptação. As empresas precisarão se organizar, porque não estamos numa condição de normalidade”, disse.
No entanto, a circulação pode não ocorrer em todas as regiões, informou o chefe do Executivo. Ele disse que Estado deve indicar regiões onde é possível acontecer a circulação de transporte coletivo e regiões que não são indicadas. Segundo Moisés, além da demanda pelo serviço, indicadores de transmissibilidade e de disponibilidade de leitos locais de UTI serão levados em consideração durante elaboração da portaria:
“Nós não podemos colocar em risco tudo que construímos até aqui. É importante que se diga que é possível que algumas atividades sejam liberadas em alguns dias, como o caso de transporte coletivo, mas que não se adeque a todas as regiões do estado.”
Presente na coletiva, o secretário de Saúde André Motta Ribeiro reforçou que indicadores vão embasar a portaria, para que a liberação “não nos cause danos”, disse.
O isolamento social
No início do mês de abril, quando o decreto de emergência ainda vigorava rigorosamente, com a maioria dos serviços suspenso, o índice de isolamento social chegou a 80%. Porém, com a flexibilização da maioria das atividades a circulação nas ruas aumentou e os números de isolamento pioraram. Logo após o feriado de 1º de maio os índices chegaram a marcar 36,1% em Santa Catarina.
“Temos um número um tanto quanto preocupante. O que se observa como adequado, minimamente, em termos de isolamento social é um índice de 50%”, explicou o secretário de saúde, ao publicizar o dado.
Da mesma forma, o governador também se manifestou e disse que, assim como ocorreu em países europeus, a cooperação da população em Santa Catarina será fundamental para o enfrentamento da doença:
“Esse índice de diminuição do isolamento pode dar a entender que estamos voltando a normalidade e não estamos.”