Em reunião com Centros Acadêmicos, entidade também discutiu faltas no período de greve
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSC quer garantir que os estudantes tenham mais tempo para repor as atividades perdidas durante a greve, que durou 37 dias. Em reunião nesta quarta-feira (23) com centros acadêmicos de diversos cursos na sede da entidade, os estudantes discutiram a aplicação da resolução nº 132 do Conselho Universitário (CUn), que, segundo eles, garante que haja reposição e impede que as faltas no período de greve sejam contabilizadas para reprovar o aluno por frequência insuficiente (FI).
“Não há mudança no entendimento da resolução”, diz Marco Antônio Pinheiro Machado, diretor geral do DCE. “Vamos pressionar para que não haja FI, e para que haja uma extensão no período de reposição.” Segundo Marco Antônio, que também é conselheiro no CUn, a resolução já está em vigor, ainda que precise passar por votação em nova sessão do Conselho ainda sem data pra acontecer.
Estudantes de cursos como Educação Física, Serviço Social, Jornalismo, Economia e Design falaram da situação da reposição em seus cursos, que em geral deve acontecer até dia 20 ou 21 de dezembro, e em fevereiro. A Câmara de Graduação da UFSC também se reuniu para tratar do calendário de reposição, e deve acatar a decisão dos colegiados de curso, com prazo máximo para a conclusão da reposição em 28 de fevereiro, uma vez que o ano letivo começa em dois de março. O prazo para publicação do calendário de reposição é 13 de novembro.
O DCE também quer criar um mecanismo de ouvidoria para que estudantes possam se manifestar quando professores descumprirem a resolução, em especial no que diz respeito ao prazo razoável para a realização de trabalhos e provas e ao FI. Além disso, a entidade vai lutar para garantir o funcionamento do Restaurante Universitário e do transporte público durante o período de reposição.
Questionado sobre a resolução, no início da semana, o chefe de gabinete Áureo Moraes disse que a decisão final sobre a reposição das atividades é do docente. “Quando o professor Ubaldo assinou a resolução, ela estabelecia os procedimentos. Agora é o momento de conversar com aqueles [docentes] que se dispõem a repor”, disse Moraes. “Se os professores decidirem que não vão repor, as atividades se encerram no dia 6 [de dezembro] e as notas são publicadas até o dia 13”, conforme previsão inicial para o fim do semestre letivo. Considerando que cada curso aderiu e saiu da greve em momentos distintos e cada corpo docente respondeu de um modo, “os remédios têm que ser equilibrados”, afirmou.
Victor Lacombe