Os investimentos do governo federal em áreas como educação e saúde nos últimos sete anos representam menos do que a metade dos gastos da União com os juros da dívida pública. O gasto do governo com o pagamento dos juros da dívida, entre 2000 e 2007, representou um total de R$ 1,2 trilhão. No mesmo período, os recursos investidos em educação e saúde juntos, somados aí investimentos diretos e indiretos, totalizaram apenas R$ 554,6 bilhões.
Os gastos públicos com juros representaram uma média de 7% ao ano do total do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas do país, ou do gasto total da União. Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a atitude da União incentiva a concentração da renda nacional, favorecendo um “pequeno grupo detentor de títulos financeiros”. Além disso, o Instituto aponta que a priorização do pagamento dos juros da dívida pública é um “gasto improdutivo”.
Os recursos investidos nesse pagamento “não geram emprego e tampouco contribuem para ampliar o rendimento dos trabalhadores”. Segundo o Ipea, somente a redução das despesas com pagamentos de juros da dívida pública e a priorização dos investimentos sociais poderá manter o aumento na renda e na oferta de emprego aos trabalhadores, registrada desde 2005.