O resgate da economia e da justiça comunitárias, além da reforma agrária e a luta contra o racismo, que no país faz parte da cultura das classes dominantes há séculos, além das mudanças promovidas pelo governo Evo Morales, são alguns dos temas do livro BOLÍVIA jakaskiwa. De autoria Mariléa Caruso e Raimundo Caruso, a publicação será lançada nesta quinta-feira, dia 4, no Instituto de Estudos Latino-Americanos (Iela), a partir das 9 horas, no auditório do Centro Sócio-Econômico e, no dia seguinte, sexta-feira, dia 5, às 17 horas, na sede da Apufsc.
Além do livro, que tem 294 páginas e custa $ 20,00, os autores farão uma palestra e discutirão os diversos aspectos da nova política social boliviana. O livro também aborda as razões da oposição das províncias do oriente do país, como Santa Cruz, um reduto de latifundiários e grandes pecuaristas que quer a todo o custo evitar a reforma agrária e se apropriar das reservas de gás e petróleo do país.
ELITES RACISTAS – País com 10 milhões de habitantes e 11 vezes maior que Santa Catarina, Bolívia é hoje considerada o mais dinâmico centro de discussão de idéias da América Latina. Por um lado, sem recusar os avanços da ciência moderna, os povos indígenas lutam pelo resgate da sua história e da sua cultura, e para aprovar uma nova constituição onde estejam contemplados a igualdade racial e o pluriculturalismo. Ao contrário do que, nas ruas de Santa Cruz, o centro da oposição a Evo Morales, é comum se encontrar, escritas nos muros, consignas como “indígenas, raça maldita”.
Mariléa e Raimundo Caruso, os autores do livro BOLÍVIA jakaskiwa, cujo título significa “Bolívia está viva”, percorreram o país em janeiro passado e entrevistaram 30 pessoas, entre historiadores, políticos, economistas, professores universitários e líderes indígenas.