As faculdades particulares querem que o governo abra uma linha especial de financiamento, através do BNDES, para o setor. As instituições alegam que a crise mundial afetou o número de matrículas e vão reivindicar recursos com taxas menores que as atuais, destinados tanto para capital de giro quanto para investimento na ampliação e modernização da infra-estrutura.
De acordo com matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo de 26 de fevereiro, levantamento realizado pelo Sindicato das Instituições Particulares de Ensino do Estado de São Paulo (Semesp) concluiu que 41,5% das 266 pesquisadas vão ter menos alunos novos em 2009 do que tiveram no ano passado.
O presidente do Semesp, Hermes Figueiredo, declarou à Folha que a maioria dos alunos do setor é composta por trabalhadores e que “em qualquer problema de desemprego, dele ou de algum integrante da família, ele desiste do curso superior”. Segundo o IBGE, o número de desempregados na região metropolitana de São Paulo cresceu 32% entre dezembro de 2009 e janeiro desse ano.
O afirma. Assim, o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular solicitou ao BNDES que melhore as condições da linha especial de financiamento para infra-estrutura que o banco já mantém para o setor, reduzindo a taxa de juros e criando uma linha para capital de giro.
Já Carlos Monteiro, consultor em ensino superior ouvido pela Folha de S. Paulo, avalia que a crise atual é apenas mais um problema. Para ele, o setor enfrenta dificuldades por não ter se estruturado para garantir a permanência de estudantes da classe C – o público mais disputado pelas faculdades hoje – nas salas de aula. “A falta de qualidade em muitas instituições afasta o aluno. Um problema maior é a falta de opções de financiamento para quem tem dificuldade para pagar os estudos.”