Diretoria da Apufsc tem se ocupado em compreender as necessidades e desejos dos associados com relação aos serviços de saúde suplementar – planos de saúde privados.
O assunto é delicado, pois há evidências de que o trabalho docente universitário é por si só determinante da deterioração da saúde. Falar de saúde, portanto, é lidar com a vida dos associados e de seus familiares.
Há quem diga que um dos principais motivos de associação de muitos professores à Apufsc seja o convênio firmado com a Unimed, isto apesar de também haver muitos comentários, de longa data, de que os valores pagos mensalmente são exageradosd+ que a prestação de serviços deixa a desejar em muitas situaçõesd+ que os próprios profissionais da saúde conveniados são remunerados insatisfatoriamente e desestimulados ao atendimento, daí a demora no agendamento de consultas e outros serviços.
Não podemos deixar também de considerar que fazemos pagamento em duplicidade, pois, como servidores públicos, já vêm descontadas em nossos contra-cheques elevadas somas referentes à manutenção e uso do Sistema Único de Saúde, que a princípio deveria nos dar segurança suficiente para dispensarmos quaisquer formas complementares de saúde no sistema privado.
Pensando nestas questões e impulsionada por estudos, debates e outras ações concretas conduzidas, sobretudo, pelo GT Saúde e Seguridade Social, a Diretoria da Apufsc buscou dar um passo adiante nas análises referentes ao tema Saúde Suplementar de seus associados, tomando como ponto de partida todo acúmulo originado no trabalho desenvolvido por Diretorias anteriores.
Na medida em que se refere a tema de elevado grau de complexidade, que envolve a subjetividade dos trabalhadoresd+ impasses de encaminhamento políticod+ aspectos contábeis, administrativos e jurídicos, abrangendo em torno de 1.800 professores titulares do benefício com a operadora, com 5.800 beneficiários em diferentes produtos (convencional ou pós-pagamento), a Diretoria da Apufsc achou por bem solicitar ajuda a especialistas no assunto. Como resultado imediato, surgiu a proposta de realização de enquete. Assim, entre os dias 19 de junho e 13 de julho, a página na Internet do Observatório da Saúde da UFSC (www.observatoriodasaude.ufsc.br) realizou pesquisa composta por questões de múltipla escolha relacionadas às opções por assistência suplementar à saúde, por operadora e por produtos (tipos de plano).
Participaram 315 professores. Os resultados da enquete são agora publicados visando subsidiar aprofundamento dos próprios dados a partir da crítica dos próprios envolvidos. Visa também subsidiar novas pesquisas e, assim, esperamos em breve, a tomada de decisão coletiva para encaminhamentos.
Nesse sentido, uma análise preliminar dos dados nos aponta a necessidade de continuarmos a buscar clareza a respeito, pois apesar do número significativo de respostas obtidas, é preciso considerar que os respondentes ainda são em número reduzido em relação ao universo investigado, isto apesar de a pesquisa ser anunciada em diferentes oportunidades e o instrumento ter ficado disponível na Internet, por quase um mês.
Outro aspecto que merece comentário é a tendência à preferência dos associados quanto à operadora Unimed, pois é bem possível que, sendo esta a única contratada há vários anos, tenha-se criado um possível desinteresse para o conhecimento de outras alternativas, eventualmente mais baratas e até mais eficazes do que esta. Nesse sentido, existe a alternativa da Geap, alternativa que vem sendo estudada e discutida com os associados há muito tempo, mas que, apesar disso, ainda não mereceu destaque nas respostas desta enquete.
Em síntese, é preciso compreender os limites inerentes ao processo de consulta que expomos a seguir, pois apesar de darmos neste momento um passo para a formalização sobre o pensamento dos docentes a respeito do problema, ainda não há como sustentarmos mudanças significativas sobre algo tão importante, baseados neste estudo preliminar. É preciso, de fato, para além da compreensão do problema, também buscarmos aliados e fortalecimento político em outras associações/ sindicatos locais e nacionais, porque uma negociação conjunta de vários contratantes desse serviço poderá nos trazer conquistas significativas quanto aos custos, cobertura e qualidade de atendimento.