Pressão surtiu efeito e mostrou que lutar ainda vale a pena
Foi uma vitória, ainda que parcial, que fez com que o MEC recuasse em relação aos cortes orçamentários, tendo que “arrumar dinheiro” para fazer com que as universidades tenham condições de fechar o ano funcionando. E, isso foi fruto das diferentes formas de mobilização, com destaque aos estudantes que, desde maio, foram às ruas nacionalmente protestar.
A Apufsc buscou sempre contribuir e estar engajada nessas lutas, tanto localmente como em nível nacional, por meio da intersindical Observatório do Conhecimento, em diálogo com as frentes parlamentares e com as sociedades científicas.
Contudo, não nos enganemos ou deixemos baixar a guarda, pois o orçamento de 2020 para a UFSC prevê um corte de 40% em relação ao atual (que já é minúsculo em custeio e capital). A tais problemas somam-se os brutais cortes de bolsas e financiamento do CNPq (85% do custeio) e da Capes (50% no total), além da proposta de reforma administrativa e do repaginado Programa Future-se.
Depois de alguns anos de baixo interesse e participação envolvendo problemas (comuns à vida institucional), a exemplo do financiamento da expansão via Reuni e dos temas da democracia, da autonomia e da reforma universitária, as três categorias e a administração central se mobilizaram – de diferentes formas – na defesa da UFSC e da C&T nacional. E, obviamente, isso não ocorreu sem conflitos e sequelas, ainda não curadas. Mas o fato mais importante é que a junção dessas forças internas conseguiu mobilizar segmentos sociais e políticos para se antepor com muito firmeza às ações do MEC.
A marca desse governo, em especial a do MEC, tem sido a falta de diálogo e os ataques verbais, buscando deslegitimar tanto as universidades e seus docentes quanto a ciência brasileira. Um exemplo disso é a proposta de fusão do CNPq com a Capes, que têm diferentes objetivos, diferentes finalidades, mas que há mais de 60 anos têm apoiado e fomentado as pesquisas, a formação de recursos humanos qualificados e o desenvolvimento científico e tecnológico com muito sucesso.
Enfim, esses são exemplos de que a luta continua. Mas a Apufsc, por meio de suas instâncias, vem dando mostras de sua força e disposição de luta, de modo a nos mantermos em estado de alerta. Atividades nas ruas e praças para mostrar à população a relevância do que aqui fazemos, são fundamentais de manter, com o que nossa Comissão de Mobilização vem se ocupando.
Temos ainda um conjunto de tarefas, a exemplo da definição sobre a questão da filiação nacional; de se buscar alternativa de Plano de Saúde – mais econômico e eficiente – para apresentar à categoria e ainda de levantar alternativas para adquirirmos uma sede social.
Para ampliar a participação dos filiados nos temas sindicais, fizemos uma chamada para a composição de vários GTs (leia mais aqui). Do mesmo modo, para aperfeiçoar nosso sistema de comunicação, melhoramos nosso site.
Enfim, nossas tarefas e lutas são muitas, mas a pressão surtiu efeito, mostrando que lutar continua valendo a pena.
Em 21 de outubro de 2019
Diretoria da Apufsc-Sindical