Mesmo considerando que o novo PNE avançou em relação ao anterior, muitas en­tidades criticam a proposta. A Confederação Nacional de Municípios (CNM), por exemplo, afirma que os municípios não têm como arcar com os custos do plano e criticou o Ministério da Educação por fazer “propaganda enganosa” do plano.

“A proposta é mais uma com potencial explosivo sobre as finanças dos municípios. É inviável o cumprimento de todas essas metas se não há recursos novos. Daí acaba-se criando a falsa expectativa de que elas serão cumpridas. É quase uma fantasia”, afirmou o presidente da instituição, Paulo Ziulkoski.

A CNM apresentou um estudo que aponta chances ínfimas de o plano ser posto em prática. Segundo ele, a maior dificuldade é a falta de recursos. Ele disse que os recursos do Fundeb, que deveriam ser aplicados no plano, ficarão estáveis pelos próximos dez anos, ao mesmo tempo em que o número de alunos matriculados crescerá.

Em 2011, segundo a CNM, a previsão é de que os Estados coloquem no fundo R$ 59,2 bilhões, os municípios R$ 28,8 bilhões e a União R$ 8,8 bilhões. “Não adianta o MEC fazer maior propaganda enganosa na TV dizendo que Fundeb é da União quando a União só põe 10% e o restante, Estados e municípios”. O levantamento da Confederação mostra que, para alcançar todas as metas, são necessários R$ 50,6 bilhões, dos quais R$ 16,6 bilhões sairiam dos municípios. A maior parte das despesas viria do atendimento de metade da demanda de creches (R$ 9,2 bilhões), se­guida do atendimento integral em metade das escolas (R$ 7 bilhões).