Problemas financeiros atingem mais duas universidades cariocas: UniverCidade e UniCarioca

Além da Universidade Candido Mendes, onde os professores continuam em greve, e da Gama Filho, que vem atrasando o pagamento dos salários, duas outras instituições de ensino enfrentam crise financeira. Segundo o Sindicato dos Professores do Município do Rio (Sinpro-Rio), os salários dos professores da UniverCidade estão atrasados há quase dois meses, o 13º salário de 2007 ainda não foi pago e o recolhimento do FGTS não vem sendo feito há 6 anos. A UniCarioca vem pagando os vencimentos em dia, mas benefícios como férias e 13º salário não estão sendo pagos aos funcionários, nem os encargos trabalhistas estão sendo pagos. A direção da Candido Mendes e da Gama Filho alegam como motivo para o atraso no pagamento do sálario dos professores o alto índice de inadimplência e a crise financeira mundial.

Nas duas universidades os professores estão trabalhando normalmente, mas os docentes da UniverCidade não descartam a possibilidade de paralisar as atividades caso não haja acordo.

Por enquanto estamos trabalhando normalmente. No dia 14 de março vamos ter uma assembléia pra decidir o que faremos. Até agora a universidade não se manifestou em fazer um acordo. Graças a Deus leciono em mais de uma faculdade assim consigo amortecer a falta de pagamento. Muitos professores que trabalham em apenas uma instituição estão pedindo empréstimo pra conseguir sobreviver – diz um professor da UniverCidade, que não quis se identificar, acrescentando que funcionários de outros setores da instituição também estariam com os salários atrasados.

Na UniCarioca alguns professores que foram demitidos em dezembro 2008 ainda não tiveram a rescisão registrada na carteira de trabalho devido ao não pagamento dos encargos trabalhistas.

Nem sei quando vão dar baixa na minha carteira de trabalho. Estão sem pagar o abono das férias desde 2003 e o 13º terceiro há quatro anos. A direção da universidade fala para procurarmos nossos direitos na Justiça – lamenta um professor sem se identificar com medo de retaliações.

De acordo com Marcio Fialho, diretor do departamento jurídico do Sinpro-Rio, em aproximadamente 80% das cerca de 70 instituições cariocas de ensino superior, os professores sofrem as consequências de má gestão financeira.

As universidades usam como justificava que estão sendo prejudicadas pelo alto índice de inadimplência e pela crise econômica mundial – relata.

O sindicato pede que os professores denunciem as instituições que não estão em dia com as obrigações trabalhista no site (www.sinpro-rio.org.br).