Para a Reitoria da UFSC, os problemas relacionados à instalação do campus da UFSC em Joinville na região conhecida como Curva do Arroz, às margens da BR-101, não são empecilho para a implantação do pólo da universidade naquela área. Matéria publicada na semana passada pelo Boletim da Apufsc informa que o local sofre com alagamentos constantes e que uma ação judicial suspendeu o pagamento dos valores relativos à desapropriação de 10 terrenos por suspeita de superfaturamento.
No início da semana passada, os professores José Carlos Cunha Petrus, chefe do gabinete do reitor, e Acires Dias, diretor do campus de Joinville, responderam, por e-mail, aos questionamentos enviados pelo Boletim da Apufsc sobre os problemas relativos às instalações do pólo da UFSC.
O diretor do campus, Acires Dias, professor do Departamento de Engenharia Mecânica, informa que os problemas judiciais que envolvem a área estão sendo tratados pela reitoria da UFSC. “Tomamos posse há duas semanas e ficamos intensamente envolvidos com o plano político-pedagógico, planejamento das atividades, concursos para professores, realização do vestibular, além de tomar conhecimento de toda esta problemática”, explica Acires.
O chefe de gabinete do reitor, José Carlos Cunha Petrus, informa que a ação movida pelos ministérios públicos federal e estadual suspendendo o pagamento dos terrenos “diz respeito ao Estado e ao Município de Joinville”. Para Petrus, “não nos cabe fazer juízo sobre a matéria” e complementa: “a UFSC está de posse da escritura da área e é proprietária do terreno. As questões anteriores referentes aos acertos entre as partes não afetam a instalação do Campus naquele local.”
Sobre a localização da área, próxima da BR-101, e marcada por constantes alagamentos, fatos que poderiam encarecer as obras de infra-estrutura do campus, Petrus informa que o Etusc (Escritório Técnico Administrativo da UFSC), em conjunto com o IPPUJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville) e a Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Joinville) estão fazendo estudos preliminares de implantação do campus na área. “Concluímos ser viável a implantação do Campus no local. Entretanto, serão necessárias diversas obras de infra-estrutura de acessos, terraplanagem, drenagem e isolamento acústico. Não acreditamos que tais obras de infra-estrutura terão custos excessivos e sim custos normais para se viabilizar a implantação de um Campus Universitário. A prefeitura de Joinville está acompanhando nossas necessidades e temos interagido muito de perto com eles sobre este assunto”, destaca o chefe de gabinete do reitor.
Petrus esclarece que ainda “não há levantamento detalhado dos custos totais de implantação e sim estimativas para a implantação gradativa, notadamente para a primeira etapa do projeto acadêmico”. A previsão é de concluir a primeira parte da obra, destinada ao curso de Engenharia de Mobilidade, até o primeiro semestre de 2010, com o funcionamento do campus ocorrendo na sequência. A instalação do campus será feita com recursos oriundos do Reuni (plano de expansão das universidades federais), que são administrados por uma comissão criada pela Reitoria para gerir a aplicação das verbas do plano de expansão, afirma Acires Dias.
Como o objetivo é realizar vestibular na metade deste ano, o curso de Engenharia de Mobilidade começará a funcionar num local provisório, informa Acires. A definição, segundo Petrus, deverá ocorrer nas próximas semanas. “Há várias possibilidades, dentre as quais, o Colégio Estadual Governador Celso Ramos”, diz ele.
De acordo com Acires, a cada semestre, o campus receberá 200 alunos. Ainda neste primeiro semestre de 2009, serão realizados concursos para contratação de servidores técnico-administrativos e de nove professores. “As vagas já foram liberadas e os concursos já estão sendo organizados. Os editais sairão ainda neste mês. A expectativa é termos todo o pessoal disponível para o início do segundo semestre de 2009”, completa.