Preocupados com a possibilidade de o governo suspender o pagamento das parcelas futuras do reajuste concedido à categoria, representantes dos servidores públicos federais conseguiram marcar para hoje, às 18h, uma audiência com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Os servidores pretendem manter hoje as manifestações iniciadas ontem.
O reajuste custará ao governo esse ano R$ 29 bilhões. Em 2008, o governo já gastou R$ 11,2 bilhões adicionais com o reajuste, que terá impacto até 2012. Na sexta-feira feira, o próprio ministro Paulo Bernardo confirmou que o governo poderá suspender o pagamento da parcela de julho, caso a queda brusca da receita se confirme. Mas, dentro do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, têm se colocado contra o adiamento do pagamento do reajuste.
Ontem, Paulo Bernardo esteve reunido no início da noite com o presidente Lula para discutir a revisão dos parâmetros do Orçamento da União de 2009 e também os cortes necessários (que podem ou não incluir o adiamento dos reajustes já negociados) para garantir que o governo federal encerre o ano com um superávit fiscal equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O secretário-geral da Confederação Nacional dos Servidores (Consef), Josemilton Costa, disse que o funcionalismo não aceitará “pagar a conta pela crise”. “Vamos exigir o cumprimento dos acordos. O problema não é de dinheiro. É só reduzir a taxa Selic que o governo economiza R$ 78 bilhões”, argumentou o sindicalista.