42 faculdades de medicina vão receber cerca de R$ 2 milhões por ano cada uma para contratar centros médicos privados
O Ministério da Educação (MEC) vai desembolsar cerca de R$ 100 milhões por ano para que 42 faculdades federais de medicina que hoje não têm hospitais próprios possam contratar centros médicos privados, incluindo as Santas Casas, para garantir a formação dos estudantes, informa a Folha de São Paulo.
A proposta foi feita pela Ebserh, empresa vinculada ao órgão, e será estabelecida através de uma portaria que deverá ser publicada até o fim de 2019. A medida acontece em meio às sucessivas reduções de verbas para as universidades que, nesse esforço de redução de custos, acabaram passando seus hospitais para a rede Ebserh, que responde pela total gestão arcando, inclusive, com os gastos de pessoal.
“Cada faculdade deverá receber cerca de R$ 2 milhões por ano para pagar os hospitais que aceitarem servir como centros de treinamento dos alunos”, afirmou o general Osvaldo Ferreira, presidente da Ebserh que assumiu a empresa na gestão Bolsonaro.
Ferreira decidiu usar a Ebserh para dar uma solução permanente às faculdades sem hospitais, porque estes são necessários à devida capacitação dos estudantes. Segundo informou à Folha, as conversas com os hospitais que poderão ser contratados como centros de formação em medicina estão em andamento e os recursos para o pagamento já foram empenhados.
Com a proposta de estabelecer parcerias ao invés de criar hospitais próprios, a Ebserh pretende pôr fim a um périplo de parlamentares à empresa e ao MEC que se arrasta desde o ano passado. Quase duas dezenas de deputados e senadores tentaram convencer o governo a encampar hospitais municipais e estaduais para que servissem de centros universitários. Para serem incorporados, esses hospitais precisariam ser públicos (municipais ou estaduais) e operarem integralmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Teriam, então, de ser doados para as faculdades de medicina que, posteriormente, solicitariam a inclusão na rede da Ebserh por meio de contrato de gestão.
Ferreira, no entanto, afirma que preferiu evitar que o MEC arcasse com um custo que, na verdade, seria do Ministério da Saúde.
“Claro que esses hospitais prestam um importante serviço de atendimento à comunidade pelo SUS, mas o foco, pelo MEC, é garantir a qualidade da formação dos nossos médicos”, reforça.
Hoje, a Ebserh administra uma rede de 40 hospitais universitários em todas as regiões do país. As despesas desses hospitais são pagas com recursos do MEC e, em menor parte, do Ministério da Saúde, que banca os atendimentos oferecidos à população via SUS.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo